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Procurador que agrediu chefe em prefeitura vai responder na Justiça por tentativa de feminicídio

MP fez denúncia destacando que ele agiu com intenção de matar a vítima; homem segue preso

Demétrius Oliveira de Macedo vai responder por tentativa de feminicídio por agredir procuradora (Reprodução)

O procurador Demétrius Oliveira de Macedo, preso após agredir a procuradora-geral Gabriela Samadello Monteiro de Barros, dentro da Prefeitura de Registro, no interior de São Paulo, vai responder por tentativa de feminicídio. O Tribunal de Justiça aceitou na terça-feira (28) uma denúncia feita pelo Ministério Público e agora ele virou réu no caso.

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De acordo com reportagem do site G1, a decisão é do juiz Raphael Ernane Neves, da 1ª Vara de Registro. O procurador recebeu um prazo de 10 dias para apresentar sua defesa prévia.

Na denúncia, o Ministério Público destacou que Macedo agiu com “evidente intento homicida” e que não matou Gabriela por “circunstâncias alheias a vontade do agente”. O caso foi analisado pela Justiça, que entendeu que foram apresentadas descrições suficientes “dos fatos criminosos relacionados à ofensa à integridade corporal” da vítima.

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O procurador foi preso na manhã de quinta-feira (23) após ser achado em uma clínica psiquiátrica em Itapecerica da Serra. De acordo com o delegado Carvalho Gregório, do 1º Distrito Policial de Registro, ele confirmou que agrediu a colega e “alegou que assim o fez por sofrer assédio moral”.

Já Gabriela negou que o agressor tenha sofrido qualquer tipo de assédio no local de trabalho. “De maneira alguma ele sofreu isso. Ele não sofreu assédio moral. Eu repudio veementemente essa acusação, e tenho muitas testemunhas que provam o contrário. Isso daí é um absurdo, é uma desculpa que ele deu, e não tem prova nenhuma disso. E eu nem permitiria”, disse ela em entrevista ao G1.

Histórico de problemas com mulheres

O pedido de prisão do procurador havia sido feito pela Polícia Civil de São Paulo, alegando que o acusado “vem tendo sérios problemas de relacionamento com mulheres no ambiente de trabalho, sendo que, em liberdade, expõe a perigo às vidas delas, e consequentemente, à ordem pública”.

A polícia destacou também que Macedo já relatou problemas psiquiátricos no passado chegando, inclusive, a pedir exoneração da Prefeitura de Registro alegando questões de saúde mental. No entanto, ele mesmo voltou atrás e pediu judicialmente a reintegração ao cargo, o que foi aceito pela prefeitura.

Por enquanto, ele foi afastado do cargo e está sem receber salário por 30 dias, a contar do dia 21 de junho. A Prefeitura de Registro informou que esse procedimento faz parte do processo administrativo que deve terminar com a exoneração do procurador.

Agressão

A agressão foi filmada por colegas de trabalho e mostra a violência com que o procurador ataca Gabriela, desferindo socos e chutes enquanto ela está caída no chão, no último dia 20.

Veja as imagens (ATENÇÃO, IMAGENS FORTES)

Em seu depoimento à polícia, a procuradora-geral disse que “tinha medo” do agressor, pois ele apresentava um comportamento totalmente antissocial há pelos menos três anos e era hostil também com outras mulheres que trabalhavam no local, mas nunca imaginou que a situação pudesse virar um episódio de violência.

Segundo ela, o motivo da agressão foi justamente a abertura de um processo administrativo que visava apurar a conduta de Macedo no ambiente profissional.

Após a violência, o agressor chegou a ser levado ao 1º Distrito Policial (DP) do município, onde foi registrado um boletim de ocorrência. Em seguida, ele foi liberado e só foi preso após a repercussão do caso.

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