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Forças dos EUA estão em alerta máximo para novos atentados no Afeganistão

As forças dos EUA que ajudam a retirar afegãos desesperados para fugir do domínio do Taleban estão em alerta máximo para possíveis novos ataques nesta sexta-feira, 27, depois que um homem-bomba suicida do Estado Islâmico matou 85 pessoas, incluindo 13 soldados norte-americanos do lado de fora dos portões do aeroporto de Cabul.

O general Kenneth Franklin McKenzie, chefe do Comando Central dos EUA, disse que os comandantes americanos estavam aguardando mais ataques do Estado Islâmico, incluindo possivelmente foguetes ou carros-bomba contra o aeroporto. «Estamos fazendo tudo o que podemos para estar preparados», disse ele, acrescentando que parte da inteligência estava sendo compartilhada com o Taleban e que ele acreditava que «alguns ataques foram frustrados por eles».

Duas explosões e tiros atingiram a área fora do aeroporto na noite de quinta-feira (pelo horário local), disseram testemunhas. Um vídeo filmado por jornalistas afegãos mostrou dezenas de corpos espalhados ao redor de um canal na beira do aeroporto.

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O Exército dos EUA disse que 13 de seus militares foram mortos e 18 feridos no que descreveu como um “ataque complexo”. O número de mortes em decorrência do duplo atentado suicida ocorrido na quinta-feira ultrapassou 100, incluindo pelo menos 95 afegãos. Mas autoridades locais dizem que a quantidade de vítimas pode ser maior. Uma delas estima ao menos 115 mortes.

O Estado Islâmico (ISIS), um inimigo do Taleban e também do Ocidente, disse que um de seus homens-bomba tinha como alvo «tradutores e colaboradores do Exército americano».

Não ficou claro se os homens-bomba detonaram as duas explosões ou se uma delas foi uma bomba plantada. Também não ficou claro se homens armados do Estado Islâmico-Khorasan (ISIS-K), o braço afegão do grupo terrorista islâmico, estiveram envolvidos no ataque ou se o tiroteio que se seguiu às explosões foi de guardas do Taleban disparando para o ar para controlar multidões.

O vídeo gravado após o ataque mostrou cadáveres em um canal de águas residuais perto da cerca do aeroporto, alguns sendo retirados e colocados em pilhas enquanto civis choravam procurando por seus entes queridos.

Guardas do Taleban bloquearam o acesso ao aeroporto na sexta-feira, disseram testemunhas. «Tivemos um voo, mas a situação é muito difícil e as estradas estão bloqueadas», disse um homem em uma estrada de acesso ao aeroporto.

Biden

As forças dos EUA estão correndo para concluir sua retirada do Afeganistão até o prazo final de 31 de agosto definido pelo presidente Joe Biden. Ele diz que os Estados Unidos alcançaram há muito tempo seu objetivo original ao invadir o país em 2001: erradicar os militantes da Al-Qaeda e evitar uma repetição dos ataques de 11 de setembro nos Estados Unidos naquele ano.

Biden disse que ordenou ao Pentágono que planejasse como atacar o ISIS-K, que assumiu a responsabilidade. «Não vamos perdoar. Não vamos esquecer. Vamos caçá-los e fazê-los pagar», disse Biden durante comentários na TV na Casa Branca.

O secretário de Defesa britânico, Ben Wallace, disse que a ameaça de ataques aumentaria à medida que as tropas ocidentais se aproximassem de completar o enorme transporte aéreo e partir.

O ISIS-K estava inicialmente confinado a áreas na fronteira com o Paquistão, mas estabeleceu uma segunda frente no norte do país. O Centro de Combate ao Terrorismo em West Point afirma que o ISIS-K inclui paquistaneses de outros grupos militantes e extremistas usbeques, além de afegãos.

Os países ocidentais temem que o Taleban, que já abrigou a Al-Qaeda de Osama bin Laden antes de ser destituída do poder pela invasão liderada pelos EUA em 2001, permita que o Afeganistão se transforme novamente em um refúgio para militantes islâmicos. O Taleban afirma que não vai permitir que o país seja usado por terroristas.

Retirada continua

Os Estados Unidos continuarão com as retiradas, apesar da ameaça de novos ataques. O ritmo dos voos acelerou na sexta-feira e os portadores de passaportes americanos foram autorizados a entrar no complexo do aeroporto, de acordo com um oficial de segurança ocidental dentro do aeroporto.

Nos últimos 12 dias, os países ocidentais transportaram cerca de 100.000 pessoas. Mas eles reconhecem que milhares serão deixados para trás quando as últimas tropas dos EUA partirem no final do mês.

Crescem as preocupações de que a população remanescente enfrente uma crise humanitária com a propagação do coronavírus e a escassez de alimentos e suprimentos médicos iminente. A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse que espera estabelecer uma ponte aérea para a cidade de Mazar-i-Sharif, no norte, com a ajuda das autoridades paquistanesas para conseguir suprimentos médicos. (Com agências internacionais).

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