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Após matar os pais, Suzane Richthofen quis vender único bem que ‘era seu’, mas não conseguiu

Se trata carro que ela ganhou dos genitores e usou para levar irmãos Cravinhos até cena do crime

Colegas falam sobre postura de Suzane Richthofen na universidade
Condenada por matar os pais, Suzane Richthofen atualmente cumpre pena em regime aberto (Reprodução/Redes Sociais)

Suzane Richthofen, de 39 anos, condenada por matar os pais, tem seu nome novamente em evidência depois que o jornalista Ulisses Campbell, autor de sua biografia, revelou que ela está grávida. Além disso, no próximo dia 27 de outubro, está previsto o lançamento do longa “A Menina que Matou os Pais - A Confissão”, que deve trazer mais elementos sobre o caso. Um detalhe na produção do Prime Video chamou a atenção: o VW Gol dourado que ela ganhou dos genitores e que foi usado para levar os irmãos Cravinhos até o local do crime.

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Reportagem do site UOL revelou que, após ser presa, Suzane chegou a tentar vender o veículo, um Gol Highway 2002 zero-quilômetro, mas não conseguiu. Conforme Campbell, ela ganhou o carro dos pais depois que prometeu encerrar o namoro com Daniel Cravinhos e ser aprovada em um vestibular.

Porém, mentiu e usou exatamente ele como meio de transporte para levar o rapaz e seu irmão, Cristian Cravinhos, para a mansão da sua família no Brooklin, bairro da Zona Sul da capital paulista, onde Marísia von Richthofen e Manfred Albert foram assassinados, em outubro de 2002.

Veículo estava no nome do pai e ficou retido após o crime
Suzane Richthofen tentou vender VW Gol dourado que ganhou dos pais, mas não conseguiu (Reprodução/Arquivo pessoal/Ulisses Campbell)

Apesar de circular muito com o veículo, ele seguia no nome do pai de Suzane. Por isso, segundo o jornalista, ela não conseguiu vendê-lo e reaver dinheiro pelo único bem a que teria acesso na época.

“Esse Gol ficou cerca de quatro anos parado na garagem, juntamente com a Chevrolet Blazer verde-escura 1997 de Marísia, sob a guarda de um tio paterno de Suzane, que ficou encarregado do patrimônio da família. O VW só foi vendido em 2006″, revelou Campbell.

O veículo foi usado, inclusive, a reconstituição do assassinato feito pela polícia após o crime. Naquela época, ele tinha mais de 12 mil km rodados no hodômetro. Agora, para o filme, a produção segue usando um veículo semelhante.

Pensão por morte

Apesar de não ter conseguido vender o carro, Suzane teve uma “ajuda” financeira depois que os pais morreram.

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Em abril de 2013, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aplicou uma determinação inédita na história do órgão, ao solicitar que ela devolvesse R$ 44,9 mil aos cofres públicos. Os valores tinham sido recebidos por ela a título de pensão após a morte dos pais, enquanto estava presa e ainda aguardava pelo julgamento. O benefício só foi encerrado porque ela completou 21 anos.

Na época, o INSS pediu que os valores recebidos como pensão, entre os anos de 2002 e 2004, fossem devolvidos. Naquela época, ainda não existia uma legislação que tratasse do recebimento de benefícios por condenados pelos assassinatos dos segurados. Apesar da solicitação, Suzane ainda pôde recorrer da medida e ainda não foi divulgado se o caso teve um desfecho.

A discussão em torno do recebimento de pensão por morte avançaram no país e, no dia 30 de dezembro de 2014, entrou em vigor a alteração na Lei Nº 8.213, que impediu que o dependente condenado pela morte do segurado tivesse direito a receber qualquer benefício do INSS.

Suzane ao lado do irmão, Andreas, e os pais: Marísia e Manfred

Morte do casal Richthofen

Segundo a Justiça, Suzane Richthofen planejou a morte dos próprios pais e teve a ajuda do então namorado, Daniel Cravinhos, e do irmão dele, Cristian Cravinhos, para a execução do casal. O crime ocorreu no dia 31 de outubro de 2022.

Logo depois do início das investigações, a jovem foi presa. Em 2006, ela foi julgada e condenada a 39 anos e seis meses de prisão em regime fechado. No entanto, entrou com vários pedidos de revisão e conseguiu reduzir o tempo para 34 anos e 4 meses de prisão. A previsão é que ela, que está em regime aberto desde o início deste ano, cumpra a sentença no dia 25 de fevereiro de 2038.

A primeira vez que Suzane deixou a Penitenciária Santa Maria Eufrásia Pelletier, em Tremembé, no interior de São Paulo, foi em março de 2016, depois de conquistar o regime semiaberto e ter direito a uma saída temporária de Páscoa. Em setembro do ano passado ela obteve mais uma “saidinha temporária”, quando chamou a atenção por conta da aparência. Bem vestida, ela virou alvo de várias publicações nas redes sociais.

Ela tentava obter a progressão desde 2017 para o regime aberto, mas até então todos os pedidos tinham sido negados. No início deste ano ela finalmente conseguiu o benefício.

No novo regime de liberdade, Suzane tem que seguir algumas regras. Durante o dia, pode sair e até trabalhar, mas à noite tem que se recolher em uma casa de albergado, determinada pela Justiça. Caso ela decida mudar de endereço novamente, terá que antes obter autorização do Poder Judiciário.

Ela já vende até para o Japão
Suzane Richthofen cumpre regime aberto atualmente, está grávida e tem ateliê de costura (Reprodução/Site oficial/Su Entre Linhas)

Nova vida no interior

Depois que saiu da prisão, Suzane passou a morar em Angatuba, também no interior de São Paulo. Além de cursar biomedicina em uma faculdade particular, ela também prestou o concurso público da Câmara Municipal de Avaré, visando uma vaga como telefonista.

Além disso, se tornou uma empreendedora. Ela abriu um cadastro de Microempreendedor Individual (MEI) no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de Angatuba como dona de um ateliê de costura.

Chamado “Su Entre Linhas”, a página do comércio no Instagram já acumula quase 30 mil seguidores. Ela não tem loja física, apenas comercializa as peças pela internet e tem clientes até no exterior.

Agora, segundo revelações de Ulisses Campbell, ela está grávida de uma menina e já mora com o namorado, Felipe Zecchini Muniz, em Bragança Paulista. O namorado dela, inclusive, já enfrenta problemas por conta do relacionamento. Além de perder o cargo de chefia em um hospital, a família dele não teria aceitado muito bem o namoro.

Pai de três filhos, frutos de um relacionamento anterior, o homem tem que lidar com a resistência da ex-companheira, que não quer que “as crianças convivam com uma mulher que matou os pais na calada da noite”.

Os pais do médico também não estariam felizes com o relacionamento dos dois, ainda mais pelo fato dele ter tido problemas profissionais. Campbell revelou, ainda, que os moradores do condomínio de Muniz perceberam a presença da jovem condenada com estranheza.

“A assassina tem chocado a pacata população local ao fazer caminhadas matinais na calçada do lago Taboão, um ponto turístico do município”, ressaltou o jornalista.

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