A grife Reserva causou polêmica ao colocar um manequim negro quebrando uma vidraça da loja no Shopping Barra, em Salvador, na Bahia. As imagens, associadas a racismo, viralizaram nas redes sociais. A marca voltou atrás e retirou o boneco.
O manequim ficava na parte de fora da loja e representava um rapaz que estaria correndo para o interior da Reserva e se chocando contra o vidro. O boneco parecia estar arrombando a vitrine.
Pessoas questionaram o motivo da marca ter usado um manequim preto e não branco na ação de marketing. “A loja Reserva do Shopping Barra colocou um manequim preto quebrando a vidraça do estabelecimento como se estivesse invadindo. Isso é racismo escancarado, nem sei como reagir”, escreveu a comunicóloga Ashley Malia no Twitter.
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Os comentários seguiram nas redes sociais, desaprovando o posicionamento da ação de marketing.
Loja da @usereserva expõe manequim preto quebrando vidraça no shopping Barra em Salvador. Via @correio24horas Nunca mais compro na Reserva. https://t.co/KKPNMKVK2H pic.twitter.com/SWlqRQwpoB
— Thiago Amparo (@thiamparo) February 16, 2022
Afinal, o que querem de nós? Digam!? Entretenimento, sadismo?
— Gustavo Santana (@GustavooSantana) February 16, 2022
A loja reserva, de novo eles. Achou legal colocar um manequim negro quebrando a vidraça. Em 2016 já tinha feito algo parecido quando colocou dois manequins de crianças negras de cabeça para baixo. pic.twitter.com/pnu8kH4aav
O vereador da Câmara Municipal de Salvador Sílvio Humberto (PSB) destacou que a violência sofrida por corpos pretos é naturalizada. “No momento em que loja Reserva monta a sua vitrine com um manequim negro quebrando a vidraçaria, como ocorrido na loja do shopping Barra, em Salvador, ou de ponta-cabeça, como em 2016 no RS, é mais uma comprovação da naturalização das violências sobre os corpos negros”, comentou Sílvio, também em seu perfil no Twitter.
No momento em que loja Reserva monta a sua vitrine com um manequim negro quebrando a vidraçaria, como ocorrido na loja do shopping Barra, em Salvador, ou de ponta-cabeça, como em 2016 no RS, é mais uma comprovação da naturalização das violências sobre os corpos negros. + pic.twitter.com/AdSiHStli0
— Sílvio Humberto (@VereadorSH) February 16, 2022
Em nota, a Reserva informou que o manequim fazia parte da vitrine chamada de “Loucuras pela Reserva” e que “não teve como objetivo ofender qualquer pessoa ou disseminar ideias racistas e sim divulgar a liquidação da marca’'.
Problema recorrente
Como lembrando pelos internautas, esta não é a primeira vez que shoppings da Bahia tem problemas relacionados a ações racistas. Em 2018, um jovem tentou pagar o almoço para uma criança que vendia chicletes na rua no Shopping da Bahia e seguranças do estabelecimento tentaram impedi-lo.
Na ocasião, a cena também foi gravada e gerou problemas ao shopping e o afastamento dos funcionários envolvidos.
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