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Investigadores cubanos dizem que alegações dos EUA sobre ataque sônico são ficção científica

Coronel cubano Ramiro Ramírez durante entrevista no Hotel Nacional em Havana, Cuba Alexandre Meneghini

Autoridades cubanas que investigam acusações dos Estados Unidos de agressão a diplomatas em Havana disseram que os rumores sobre supostos ataques sônicos, nos quais funcionários relataram transtornos como perda de audição, tontura, fadiga e problemas cognitivos, são “ficção científica”. Os cubanos também acusaram Washington de “calúnia” e de se recusar a cooperar plenamente com um inquérito de Cuba sobre o caso.

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Na semana passada, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse acreditar que Havana é responsável pelos danos causados a 24 diplomatas. Washington expulsou 15 diplomatas cubanos e convocou mais da metade do pessoal diplomático norte-americano de Havana no início de outubro.

Embora Cuba tenha rotulado as expulsões de “injustificadas” e acusado os EUA de cooperação insuficiente, três autoridades do Ministério do Interior e um médico que conduzem a investigação forneceram mais detalhes em uma entrevista realizada em Havana no domingo.

Cuba mobilizou cerca de duas mil autoridades de segurança e especialistas, que vão de criminologistas a fonoaudiólogos e matemáticos, para investigar os incidentes depois de tomar conhecimento deles em fevereiro, disseram os investigadores.

O inquérito ainda não terminou, mas até agora não conseguiu descobrir nenhum indício que corrobore as alegações dos funcionários diplomáticos enquanto estes trabalhavam na ilha comunista.

“Isso é uma calúnia dos Estados Unidos”, disse o coronel Ramiro Ramírez, responsável pela segurança dos diplomatas em Cuba.

A Casa Branca e o Departamento de Estado dos EUA não comentaram de imediato.

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Autoridades de Washington aventaram a possibilidade de armas sônicas terem sido usadas para ferir os diplomatas, de acordo com reportagens da mídia norte-americana. Mas investigadores cubanos negaram que tais armas poderiam sequer ter sido usadas por terceiros sem afetar a saúde de outros ou despertar atenção.

“É impossível. Estamos falando de ficção científica”, disse o tenente-coronel José Alazo, especialista da unidade de investigação criminal do Ministério do Interior. “De um ponto de vista técnico, este argumento é insustentável”.

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