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Vestibulandas fazem petição por mais autoras na lista de livros da Fuvest

“Queremos mais autoras mulheres na lista de livros obrigatórios da Fuvest!”, pede o abaixo-assinado, que já tem mais de 3 mil assinaturas

Reprodução/Change.org

Três estudantes do Ensino Médio da Escola Nossa Senhora das Graças, na Zona Sul de São Paulo, criaram um abaixo-assinado na plataforma Change.org para exigir maior representatividade feminina na lista de obras literárias de leitura obrigatória no vestibular da USP.

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Alice Lauria, Luzia Alonso e Lena Giuliano são integrantes de um coletivo feminista em seu colégio, de nome «Eu Não Sou uma Graçinha». Criado em 2014, o grupo nasceu de um projeto escolar, e promove discussões sobre temas do cotidiano diário das mulheres e da ideologia feminista.

Intrigadas por estudarem sobre o gênero do Romantismo, mas nunca terem ouvido em sala de aula sobre Maria Firmina dos Reis, considerada a primeira romancista brasileira, as adolescentes acreditam que este é o momento para deixar de silenciar mulheres esquecidas na história brasileira. Por isso, inauguraram na biblioteca da escola uma estante feminista, batizada com o nome da romancista, que conta apenas com livros escritos por mulheres.

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A prova da Fundação Universitária para o Vestibular é porta de acesso principal à Universidade de São Paulo. Além das matérias da grade curricular do Ensino Médio, ela também recomenda a leitura de livros clássicos selecionados a cada ano. Entre 2010 e 2017, a lista de obras obrigatórias trazia apenas autores homens – em 2018, a escritora Helena Morley foi adicionada.

O desequilíbrio entre os nomes masculinos e femininos nas obras selecionadas se mantém até 2022. Lena Giuliano, que está no 2º ano do Ensino Médio, espera que o abaixo-assinado online traga “uma visibilidade enorme para a mobilização”. A petição foi aberta pelas estudantes durante um workshop do programa Elas Mudam o Mundo, realizado pela Change.org.

A petição «Queremos mais autoras mulheres na lista de livros obrigatórios da Fuvest!» já ultrapassou as 3 mil assinaturas, aproximando-se da meta de 5 mil. No texto, as garotas ainda sugerem algumas obras para acrescentar ao vestibular – como a obra do Romantismo «Úrsula», de Maria Firmina dos Reis, e o contemporâneo «Quarto de despejo: diário de uma favelada», por Maria Carolina de Jesus.

“Já passou da hora de as mulheres começarem a ser valorizadas, e não incluí-las na lista de livros obrigatórios de um dos vestibulares mais importantes do Brasil é reforçar essa desvalorização”, desabafa Alice, que está no 2º ano do Ensino Médio. Luzia Alonso, que está no último ano do 2º grau, considera que uma lista mais igualitária na questão de gênero seria uma forma de afirmação da mulher na sociedade. “Ter essas autoras nas leituras obrigatórias do vestibular é uma afirmação de que estamos ocupando significativo espaço e principalmente de que já fizemos história”, diz a jovem.

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