A Polícia Civil investiga uma denúncia de maus-tratos em uma escola em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra quando um aluno, de 4 anos, foi amarrado a uma cadeira por uma funcionária (assista abaixo). A mãe da criança recebeu as imagens e reconheceu o filho, quando registrou um boletim de ocorrência. Ela disse que tinha notado uma mudança de comportamento do garotinho, mas só depois de ver as imagens teve ciência de como ele era tratado no ambiente escolar.
ANÚNCIO
O caso ocorreu no final de outubro no Colégio Criativa, mas a mãe fez a denúncia à polícia no último dia 27, quando recebeu as imagens pelas redes sociais. O vídeo mostra o menino sendo amarrado a uma cadeira com um pano em um corredor da instituição.
Conforme o relato da genitora, o menino vinha sofrendo com pesadelos e, em uma determinada noite, chegou a gritar: “Sai tia”. Tudo isso teria começado depois que ele mudou de professora na escola e não queria mais frequentar as aulas.
Depois que recebeu o vídeo de um desconhecido, a mãe perguntou ao filho sobre o que acontecia, quando ele disse que todos os dias ficava de “castigo” durante o intervalo. A pessoa que repassou as imagens disse que a funcionária costumava amarrar o menino na cadeira e gritava muito com ele.
Revoltada, a mãe procurou a direção da escola e soube que a professora do filho já tinha relatado o caso, pois viu a funcionária amarrando o menino. Apesar disso, a genitora não foi avisada pelo colégio sobre a situação e decidiu procurar a polícia.
LEIA TAMBÉM:
- MP abre inquérito sobre caso de criança colocada dentro de ‘jaula’ em escola, no interior de SP
- VÍDEO: Parte de teto desaba dentro de escola estadual na Zona Norte de SP; aluna ficou ferida
- Crianças são levadas a hospital após terem contato com veneno de rato em creche, na Zona Norte de SP
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que um inquérito foi instaurado sobre o caso e as partes envolvidas serão intimadas a prestar depoimento nos próximos dias “visando o esclarecimento dos fatos”.
ANÚNCIO
A advogada Dayane Carvalho, que representa a mãe do menino, disse ao UOL que a Justiça será acionada para a devida punição dos envolvidos.
“Já foram tomadas as medidas judiciais necessárias para garantir que a justiça seja feita. Acredito que o vídeo, por si só, já demonstra de forma clara e incontestável a crueldade da situação, o que reforça a necessidade de uma ação rápida e eficaz por parte do sistema judicial. Espero que a justiça seja aplicada de forma plena e que todos os responsáveis sejam devidamente punidos”, afirmou.
O que disse o colégio?
Após a repercussão do caso, o Colégio Criativa publicou uma nota nas redes sociais informando que tomou conhecimento da conduta inadequada da funcionária e que ela foi desligada por justa causa. A instituição ressaltou que não compactua com atitudes que não estejam alinhadas aos valores éticos e educacionais que norteiam a instituição.
“Nosso compromisso é sempre com a segurança, o bem-estar e a formação de nossos alunos em um ambiente de respeito e integridade. Estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos e agradecemos pela confiança em nosso colégio”, disse a instituição.
O advogado Decio Lencioni Machado, que defende a escola, reconheceu em entrevista ao site G1 que o colégio errou ao não levar o caso ao conhecimento dos pais do garoto. “A própria instituição reconhece essa falta de celeridade, mas eles tentaram apurar o caso rapidamente para que não corresse o risco de isso voltar a se repetir”, ressaltou.