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‘Unção’ das partes íntimas: pastor preso suspeito de abuso também forçava fiéis a fazer sexo entre si

Sinval Ferreira foi denunciado por pelo menos 5 vítimas; ele ainda exigia doações generosas para igreja

Ele fazia unções nas partes íntimas em troca de bençãos
Pastor Silvan Ferreira, de 41 anos, foi preso suspeito de abusar sexualmente e extorquir fiéis de igreja, no DF (Reprodução/Redes sociais)

O pastor Silvan Ferreira, de 41 anos, foi preso suspeito de abuso sexual e extorsão contra fiéis de uma igreja evangélica em Samambaia, no Distrito Federal, também promovia orgias em chácaras e forçava os frequentadores a fazer sexo entre si. As denúncias foram feitas à polícia por pelo menos cinco vítimas, sendo a maioria homens. Eles dizem que o religioso afirmava que, com os atos, iria “livrá-los da morte”.

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Sinval, que atua como líder da Casa de Oração Pentecostal Missionários, é conhecido entre os fiéis como um profeta, pois teria o poder de fazer “revelações que se concretizavam”. Nas redes sociais, ele acumula mais de 29 mil seguidores, onde ele costuma compartilhar os cultos e seu trabalho musical.

Segundo as denúncias, Sinval usava dessa influência para abordar as vítimas com suas previsões sobre tragédias familiares e maldições, exigindo sexo em troca das benções que evitariam tais situações.

Conforme o delegado Marcos Vinícius Miranda, responsável pelas investigações, o pastor tinha preferência por vítimas do sexo masculino. Ele fazia as chamadas “unção das partes íntimas” dos fiéis, exigindo receber sexo oral ou mesmo as relações sexuais com eles. Ao ser preso, ele negou qualquer irregularidade.

“Ele alega que os atos sexuais com as vítimas, que na maioria são homens, foram consentidos”, disse o investigador, que acredita que o número de pessoas abusadas sexualmente seja muito maior, mas muitas não denunciaram por medo ou vergonha.

Como eram feitas as ‘unções’?

Um dos fiéis contou que o pastor disse que sua esposa iria morrer e que Deus tinha revelado para ele o que fazer para evitar que isso acontecesse. Assim, ele precisava passar por “sete unções”, que quebrariam a maldição.

Para que as tais unções funcionassem, elas teriam que ser realizadas nas partes íntimas do fiel. Com receio das ameaças do religioso, o homem acabou cedendo e manteve relações sexuais com o pastor.

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Além disso, as vítimas contaram que Silvan exigiam as doações financeiras generosas à igreja, sob ameaças de que algo grave aconteceria com seus parentes, caso o dinheiro não fosse repassado.

Comparsa e orgias

Uma mulher de 58 anos, que também pastora, foi alvo de busca e apreensão em Sobradinho. Segundo a polícia, ela é suspeita de auxiliar o pastor com as ameaças e também teria mantido relações sexuais com fiéis na presença de Silvan. Apesar de constar como investigada, ela não foi presa na operação.

Já uma das vítimas contou à polícia que foi ameaçada de um “castigo celestial”, caso não desse dinheiro para financiar uma viagem do pastor ao Rio de Janeiro. Além disso, ela afirma que foi obrigada a emprestar uma chácara, onde Sinval realizava orgias com outros membros da igreja. Nesses eventos, ele também teria obrigado os fiéis a manterem relações sexuais entre si.

Os suspeitos devem responder pelos crimes de violação sexual mediante fraude e extorsão, cujas penas podem chegar a 17 anos de prisão. As defesas deles não foram encontradas para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

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