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Lavrador acusado de matar argentina em trilha de Búzios vai a júri popular; relembre o caso

Florencia Aranguren, 31, caminhava com seu cão quando foi atacada e morta, em dezembro passado

Vítima levou pelo menos18 facadas, segundo a polícia
Lavrador Carlos José de França vai enfrentar júri popular pela morte da argentina Florencia Aranguren, em Búzios, no Rio de Janeiro (Reprodução/Redes sociais)

A Justiça do Rio de Janeiro mandou a júri popular o lavrador Carlos José de França, de 32 anos, preso acusado de matar a argentina Florencia Aranguren, de 31, que foi encontrada sem vida em uma trilha que dá acesso à praia de José Gonçalves, na cidade de Armação dos Búzios, em dezembro do ano passado. A defesa do réu recorreu da decisão e pedia a soltura dele, mas a solicitação foi negada e o homem segue preso.

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A audiência do caso foi realizada no último dia 30 de janeiro, quando foi decidido que o caso iria a júri popular em função de ter sido um crime praticado “por meio cruel”. A defesa entrou com o pedido de habeas corpus alegando suspeita na rapidez do andamento do processo e que faltavam provas periciais nos autos.

Porém, agora, o desembargador da 8ª Câmara Criminal Gilmar Augusto Teixeira negou os pedidos da defesa e manteve o júri popular. “A gravidade concreta da infração, estampada pelo seu modo de execução, indicando que o paciente desferiu diversos golpes de instrumento perfurocortante para ceifar a vida da vítima, evidenciam periculosidade latente”, escreveu ele na decisão.

A defesa do lavrador não foi encontrada para comentar o caso até a publicação desta reportagem.

Relembre o caso

A argentina foi morta na manhã do dia 6 de dezembro de 2023. Segundo a investigação, Florencia tinha se mudado há apenas três dias para Búzios. Naquela data, estava passeando com seu cachorro, Tronco, pela trilha, quando foi assassinada. Um morador que passava pelo local encontrou o corpo e acionou a polícia.

Ao analisar imagens de câmeras de segurança da região, a polícia identificou um suspeito que estava de bicicleta e seguiu na trilha logo depois da argentina. Carlos José de França acabou preso poucas horas após o crime em um condomínio nas proximidades. No momento em que foi capturado, tentava lavar manchas de sangue do corpo.

A polícia diz que o homem apresentava vários arranhões em seu corpo, marcas de luta corporal, além de sangue na cueca. Após ser preso, ele foi levado até a cena do crime, onde um guarda municipal especialista no trabalho com cães o mostrou ao cachorro da vítima, que ficou nervoso e começou a reagir contra ele.

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Vítima foi morta a facadas, em Búzios
Câmera registrou argentina e seu cão seguindo por trilha e, logo depois, o suspeito em uma bicicleta (Reprodução/Folha de Búzios)

Vítima lutou muito

Conforme a polícia, Florencia lutou muito com o criminoso antes de ser assassinada. Além das marcas deixadas em seu corpo pelo confronto, a vítima levou 18 facadas, conforme apontaram os laudos periciais do Instituto Médico Legal (IML).

Segundo o jornal “O Globo”, a maioria das lesões sofridas pela argentina ocorreram na região do pescoço, sendo que uma das facadas atingiu a artéria carótida e a jugular, provocando uma hemorragia externa que resultou na morte.

A perícia apontou, ainda, que a vítima apresentava escoriações em placa nos membros superiores, como no cotovelo esquerdo, e inferiores, como na dorsal do pé direito, o que indica que ela foi arrastada. Os dedos da vítima também tinham lesões, típicas de tentativa de defesa.

Cão foi deixado junto ao corpo e reagiu ao ver suspeito
Cachorro de Florencia Aranguren, de 31 anos, morta em trilha em Búzios, ajudou polícia a identificar suspeito pelo crime (Reprodução/Twitter)

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