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“Não sei se volto vivo para o Brasil”, previu brasileiro que foi lutar na Ucrânia

Dono de uma borracharia largou negócio e foi se alistar como voluntário nas forças que lutam na Ucrânia

Gaúcho Douglas Burigo, 40 anos (Reprodução)

Em um áudio enviado poucos dias antes de sua morte em combate na Ucrânia, o gaúcho Douglas Búrigo, de 40 anos, fez um relato trágico da situação que enfrentava em Kharkiv e disse que estava “apavorado”.

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A família de Douglas foi comunicada no sábado sobre sua morte durante um bombardeio russo na sexta-feira.

“Tô apavorado aqui já. P*, abateram um colega nosso aqui. Meu Deus do céu, cara. A sorte é que eu tava bem bloqueado. O cara se foi, meu”, disse ele em áudio enviado a um amigo por meio de aplicativo de mensagem.

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Douglas, que era dono de uma borracharia, abandonou seu negócio e sua família em maio passado para se engajar na luta contra a invasão russa na Ucrânia. Ex-militar do Exército brasileiro, ele ingressou no mesmo pelotão de outro brasileiro morto no conflito, André Hack, após passar por treinamento.

No áudio enviado ao amigo do Brasil, ele confessa que tem dúvidas se voltará vivo. “Rapaz, eu vou te falar bem a verdade, Celinha, não sei se volto vivo para o Brasil, mas se eu não voltar vivo, eu quero que vá a bandeira para mim. Pelo amor de Deus, homem, isso aqui não tem quem aguenta, é muita bala. Vou te mandar aí, nosso parceiro morreu ontem. P* que pariu”, disse.

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A irmã de Douglas, Denise Búrigo dos Regis, disse que o irmão viajou para a Ucrânia porque queria fazer algo de útil para ajudar as crianças que estavam sofrendo naquele país. Ela disse que a família tentou fazê-lo mudar de ideia, mas não teve sucesso.

“Ele sempre foi muito prestativo, ao ponto de dar tudo para ajudar o próximo. Até mesmo a vida”, disse. Douglas tinha uma filha, que tem atualmente 15 anos, e mora com a mãe na cidade de Uruguaiana.

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