Foco

Sobe para oito o número de investigados por mortes de jornalista e indigenista no Amazonas

PF encontrou embarcação usada pelas vítimas; três dos envolvidos seguem presos

Indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips foram mortos na Amazônia (Reprodução/TV Globo)

A Polícia Federal continua a apurar as mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, na região do Vale do Javari, no Amazonas. Segundo a corporação, subiu para oito o número de investigados no caso. Três deles estão presos.

ANÚNCIO

Conforme a PF, além dos detidos, outros cinco homens que ajudaram a enterrar os corpos das vítimas foram identificados. Os nomes não foram revelados, mas eles vão responder pelo crime de ocultação de cadáver em liberdade, uma vez que a pena prevista é inferior a 4 anos.

No último dia 9, a Justiça decretou a prisão temporária de Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como “Pelado”, que confessou o crime no dia 15, um dia após o irmão Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como “Dos Santos”, ter sido preso. Ele também teve a prisão decretada.

Recomendados

No sábado (18), foi preso Jeferson da Silva Lima, conhecido como “Pelado da Dinha”. Ele também já teve um mandado de prisão expedido e era considerado foragido, mas acabou se entregando às autoridades na delegacia de Atalaia do Norte, a 1.136 quilômetros de Manaus.

Os três suspeitos seguem detidos na carceragem da 50ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Atalaia de Norte.

Embarcação

No domingo (19), os policiais federais encontraram a embarcação na qual Bruno e Dom viajavam. Ela estava no Rio do Itacoaí, nas proximidades da comunidade de Cachoeira, e foi achada após indicação de Jeferson da Silva Lima.

PF localiza embarcação usada por Bruno Pereira e Dom Phillips no Rio do Itacoaí, no AM (Divulgação/Polícia Federal)

De acordo com a polícia, a lancha foi localizada a cerca de 20 metros de profundidade, emborcada com seis sacos de areia para dificultar a flutuação, a uma distância de 30 metros da margem direita do rio.

Além do casco da embarcação, também foram encontrados um motor Yamaha 40 hp, quatro tambores que eram de propriedade do Bruno, sendo três em terra firme e um submerso.

A PF diz que a embarcação será submetida a uma perícia nos próximos dias.

Mortes

Um laudo de peritos da Polícia Federal confirmou, no sábado (18), que as vítimas foram mortas a tiros, com munição de caça. Bruno foi atingido por três tiros, enquanto Dom foi morto com um tiro.

Os peritos ainda informaram que a morte de Dom foi causada por “traumatismo toracoabdominal por disparo de arma de fogo com munição típica de caça, com múltiplos balins”. Já a causa da morte de Bruno foi “traumatismo toracoabdominal e craniano causado por disparos de arma de fogo com munição típica de caça, com múltiplos balins”.

A motivação do crime ainda é desconhecida, mas a polícia apura se há relação com a atividade de pesca ilegal e tráfico de drogas na região.

Desaparecimento e ameaças

Pereira e Phillips partiram da Comunidade São Rafael no dia 5 de junho rumo a Atalaia do Norte, em uma viagem que deveria durar no máximo duas horas, mas nunca chegaram ao local.

De acordo com a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Pereira era constantemente ameaçado por denunciar os madeireiros, garimpeiros e pescadores ilegais e era um profundo conhecedor da região, tendo sido coordenador da Funai em Atalaia do Norte.

Já Phillips morava em Salvador e escrevia sobre o Brasil há 15 anos para jornais como “Washington Post”, “The New York Times” e “Financial Times. Ultimamente, ele estava escrevendo um livro sobre meio ambiente.

Tags

Últimas Notícias