A taxa de desemprego no Brasil recuou para 11,6% no trimestre encerrado em novembro, divulgou nesta sexta-feira (28) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Trata-se da menor taxa desde o trimestre encerrado em janeiro de 2020. Contudo, o problema ainda atinge nada menos do que 12,4 milhões de brasileiros. Na ânsia de sair dessa estatística, muitos acabam caindo em golpes de falsas vagas de emprego, especialmente no meio digital.
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“Sabemos que quem busca por trabalho está em uma situação vulnerável e não quer perder nenhuma oportunidade que aparece. Justamente por isso, pessoas mal intencionadas se aproveitam da situação e aplicam tentativas de fraude”, diz Ludmila Seki, especialista em Marketing na plataforma VAGAS.com.
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Nesse contexto, Francisco Gomes Júnior, advogado especialista em Direito Digital e Crimes Cibernéticos e presidente da ADDP (Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor), afirma que algumas características das ofertas devem acender o sinal de alerta. A primeira delas diz respeito à remuneração da vaga. “Observe inicialmente se o salário oferecido está de acordo com o mercado. Vagas falsas geralmente prometem rendimentos bem acima do normal. Além disso, verifique o nome da empresa que está contratando e faça uma rápida pesquisa na internet para ver se ela realmente existe”, afirma.
A posição exige alguma contrapartida, como pagamento de inscrição ou necessidade de curso? Mais motivos para desconfiança. “Vagas que atrelam o emprego a algum curso são geralmente lesivas. Exploram a ânsia de quem procura um emprego e cobram valores sem a garantia de um efetivo emprego. Cuidado! Não faça nada antes de uma apuração mais detalhada sobre a empresa.”
Ludmila, da Vagas.com, elenca mais características duvidosas que “cheiram” a fraude. São elas:
- O anúncio da vaga tem um link que te leva para um site estranho, que você nunca ouviu falar;
- Você se candidata e imediatamente recebe uma ligação suspeita, de uma vaga que não é do seu interesse;
- A vaga é muito genérica, com informações muito superficiais;
- Você precisa fornecer informações pessoais por telefone ou WhatsApp que não têm relação com sua experiência profissional ou com vaga questão;
- A comunicação é confusa e tem muitos erros de digitação;
- A história é muito longa e improvável.
Atitudes preventivas
Além de nunca fazer pagamentos ou transferências ao suposto recrutador, a especialista da Vagas.com orienta a jamais enviar imagens ou prints do currículo para pessoas que solicitam dados pessoais desconexos com a oferta.
Além disso, em qualquer situação suspeita, peça o nome, cargo e nome da empresa da pessoa que entrou em contato. “Busque por ela na rede social profissional para ver se ela realmente existe”, diz.
Por fim, entenda como a tal empresa chegou até você. “Pergunte e peça detalhes de onde a pessoa com quem você fala pegou suas informações de contato. Se a resposta não for objetiva, encerre a conversa”, enfatiza Ludmila.
Riscos e danos
Júnior afirma os riscos de vagas que primeiro cobram algo como investimento superam a perda financeira. “Além dos prejuízos materiais, há também o prejuízo moral, a decepção e sentimento de ter sido enganado, oque leva a um trauma”, pontua.
“Outro grande perigo é o interessado na oportunidade passar informações pessoais que coloquem em cheque sua própria segurança ou de sua família”, completa Ludmila.
A vaga é fake. E agora?
Em qualquer situação suspeita, a dica número um da especialista da Vagas.com é simples e prática: se esquive. “Diga que vai averiguar as informações da oportunidade e encerre o contato”, aconselha Ludmila.
Caso você tenha certeza que determinada oferta se trata de uma fraude, a orientação seguinte é denunciar para a polícia. “Você pode fazer um boletim de ocorrência inclusive pela internet. A empresa também pode ser denunciada perante o Ministério Público do Trabalho”, aconselha Júnior.