O Google faz uma homenagem a ativista social cearense Janaína Dutra, que completaria 61 anos nesta terça-feira (30). Na página inicial do buscador, está uma imagem dela, que fez história ao se tornar a primeira travesti brasileira a exercer a advocacia como membro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e se tornou referência na defesa da causa LGBTQIA+.
Janaína nasceu em Canindé, no interior do Ceará, em 30 de novembro de 1960. Aos 14 anos, ela revelou sua sexualidade para os familiares, que a acolheram, mas passou a ser vítima de homofobia nas ruas. Três anos depois, ela foi morar com uma irmã em Fortaleza e passou a dedicar-se à defesa da comunidade LGBTQIA+.
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Em 1986, Janaína se formou em direito pela Universidade de Fortaleza (Unifor), quando já trabalhava com pessoas com HIV positivo. Na mesma época ela desenvolveu a primeira campanha de prevenção a Aids no Brasil com foco na comunidade transgênero, em colaboração com o Ministério da Saúde.
Em seguida, foi aprovada no Exame da OAB, passando a ser a primeira travesti do país a obter uma carteira profissional.
Janaína também contribuiu para a fundação do Grupo de Resistência Asa Branca e foi a primeira presidente da Associação de Travestis do Ceará (ATRAC, Associação de Travestis do Ceará ), uma organização sem fins lucrativos de referência com foco no desenvolvimento de apoio social e jurídico para a comunidade.
Ela atuou na causa da comunidade LGBTQIA+ até 2004, quando morreu em decorrência de um câncer de pulmão. A história dela inspirou o filme “Janaína Dutra, uma Dama de Ferro”, do roteirista Wagner de Almeida, lançado em 2010.
Outra homenagem feita à sua trajetória foi o nome dado ao Centro de Referência LGBT do município de Fortaleza. Fundada em 2011, a unidade oferece proteção e defesa da população LGBTQIA+ que está em situação de violência por causa da orientação sexual ou identidade de gênero.