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Polícia apura se cirurgião morto no RJ era ameaçado ou foi vítima de quadrilha que clona veículos

Claudio Marsili, 64, foi morto a tiros na porta de clínica mesmo após entregar carro para criminosos

Cirurgião plástico Claudio Marsili foi morto a tiros ao chegar a clínica, na Barra da Tijuca (Reprodução/Instagram)

A Polícia Civil investiga se o cirurgião plástico Claudio Marsili, de 64 anos, que foi morto a tiros ao chegar em uma clínica na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, estava sendo ameaçado antes do crime. Além disso, a corporação também apura se ele pode ter sido vítima de uma quadrilha especializada em clonagem de veículos.

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O médico foi morto na manhã de terça-feira (19). O crime ocorreu na Avenida Fernando Mattos, que fica a 600 metros da Delegacia de Homicídios. A principal suspeita é que o cirurgião tenha sido vítima de um latrocínio, que é o roubo seguido de morte, já que testemunhas contaram que, assim que Marsili estacionou sua picape Toyota Hilux nas proximidades da Clínica Vitée, da qual era sócio, os criminosos apareceram e o renderam. O médico entregou o veículo, mas mesmo assim foi baleado.

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Apesar da hipótese de latrocínio, a polícia diz que também apura as outras linhas de investigação e que vai refazer o trajeto dele de casa até o local do crime, para saber se ele estava sendo seguido.

Imagens de câmeras de segurança obtidas pelos policiais mostraram o momento em que o médico estacionou o carro e foi rendido pelos criminosos. No vídeo aparece um Renault Sandero, usado pelos bandidos, que usava placas clonadas. O veículo já circulava pela região antes da abordagem ao cirurgião plástico.

Por conta disso, a investigação também apura se Thiago Fernandes Virtuoso, conhecido como Tio Comel, tem alguma ligação com o crime. Conforme a polícia, ele é considerado o maior clonador de carros do Rio de Janeiro e tem base no Morro do Turano, na Zona Norte. De acordo com os policiais, não é ele que comete os assaltos, mas sim recebe carros de quadrilhas, clona e revende. O Disque Denúncia oferece recompensa por informações sobre o paradeiro de Fernandes.

Prisão

Na mesma data da morte do médico, a polícia localizou tanto o carro da vítima, quanto o que foi usado pelos criminosos. Além disso, Thiago Barbosa dos Santos, de 38 anos, foi preso suspeito de envolvimento no assassinato do médico.

Segundo a polícia, ele tem 13 anotações criminais e estava com uma mochila na qual levava objetos do médico, como uma caneta personalizada e o carimbo com seu registro profissional no Conselho Regional de Medicina. Também havia uma chave que a polícia acredita ser da Hilux do médico.

Santos tinha ainda 12 munições de fuzil. O Sandero e o suspeito foram encontrados durante ação conjunta da Polícia Civil com policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Turano.

Segundo a polícia, o Sandero usado pelos criminosos foi roubado na área da Penha, na zona norte do Rio, em data ainda não divulgada. O veículo foi submetido a perícia. O músico Nilton de Souza da Costa, que é dono de um Sandero que tem as placas originais, foi à Delegacia de Homicídios para esclarecer que seu carro está numa oficina em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, onde ele mora. A veracidade da afirmação dele foi constatada por policiais civis que foram à oficina.

Luto

No início da tarde desta quarta-feira (20), familiares e amigos do cirurgião plástico realizaram uma missa de corpo presente no Memorial do Carmo, no Caju, Zona Portuária. Em seguida, o corpo foi levado para cremação.

O cirurgião plástico, que era bastante conhecido no meio médico, se formou na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) em 1982 e depois realizou cursos de pós-graduação em cirurgia geral, plástica e estética. Marsili também era popular nas redes sociais, sendo que contava com mais de 19,4 mil seguidores no Instagram.

O Conselho Regional de Medicina do Rio (Cremerj) emitiu uma nota de pesar pela morte do cirurgião. “O Cremerj está consternado e lamenta a morte do renomado colega Claudio Marsili, por um motivo tão cruel”, diz o texto. “Pedimos às autoridades que assegurem o nosso direito de ir e vir e que os responsáveis sejam devidamente punidos. O Cremerj se solidariza com familiares, amigos e colegas de trabalho neste momento de dor”, conclui a nota.

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