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Paulistano se desloca mais a pé, porém sente medo

Os paulistanos estão se deslocando mais a pé pela cidade, porém  sentem que a insegurança é uma companheira frequente nas caminhadas.

As conclusões são da pesquisa Viver em São Paulo: Mobilidade Urbana, divulgada ontem pela Rede Nossa São Paulo e o Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria).

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De acordo com o levantamento, dois em cada três moradores se deslocam a pé de forma frequente em todo ou em parte do seu trajeto.

Antes da pandemia, entre 2017 e 2019, o percentual dos que usavam as caminhadas na sua atividade principal variou entre 45% e 46% da população. O índice caiu 41% em 2020 e agora subiu 16 pontos percentuais e chegou a 57%.

Apesar do crescimento e da indicação pelos entrevistados de que pretendem manter este hábito, a maioria se sente insegura na sua rotina de pedestre na capital.

Segundo a pesquisa, passar debaixo de pontes e viadutos é o maior temor dos moradores (sendo citado por 83%). O medo está presente nas atividades mais básicas, como andar pela calçada (69%) ou atravessar a rua (68%).

Associada da Cidadeapé (ONG de mobilidade) e doutoranda em administração pública pela FGV (Fundação Getulio Vargas), Ana Carolina Nunes disse que a crise econômica e a pandemia têm influência nos resultados.

“É sempre bom a gente levar em conta que a maior parte das pessoas não consegue escolher como vai se deslocar a partir daquilo que acha mais confortável ou mais seguro. Muitos se locomovem a pé porque não enxergam outra opção viável.”

Para a especialista, a capital “perdeu a oportunidade”, durante a pandemia, de requalificar o passeio público e de abrir mais espaços para as pessoas se deslocarem a pé.

Ônibus, 1h24 e ‘troca justa’

A edição de 2021 da Viver em São Paulo: Mobilidade Urbana também mostrou que o ônibus municipal segue como o principal meio de locomoção dos paulistanos, sendo usado por 32%.

A pesquisa também estimou que os moradores da capital gastam, em média, 1 hora e 24 minutos só no deslocamento para a sua atividade principal do dia e que 66% dos paulistanos disseram que deixariam o carro em casa se houvesse uma boa alternativa de transporte público.

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