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São Paulo segue na quarentena e reabertura não será automática, diz Covas

Prefeito disse que atividades não serão retomadas parcialmente a partir de segunda (1º), apesar da autorização do estado, pois ainda dependem de protocolos de saúde

Fila em ponto de ônibus na capital paulista Rubens Cavallari/Folhapress

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), afirmou na quinta-feira (28) que a capital segue em quarentena e que comércios e serviços não serão parcialmente reabertos a partir de segunda-feira, ainda que o governo do estado tenha liberado a flexibilização.

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Na quarta-feira, o governador João Doria (PSDB) anunciou um plano que prevê a retomada de setores da economia de forma progressiva e regionalizada – desde que os municípios sigam critérios para o controle do novo coronavírus.

A capital foi incluída na fase 2-laranja, que permite, já a partir de 1º de junho, a reabertura com restrições de comércio, shoppings, escritórios, imobiliárias e concessionárias de veículos.

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Em entrevista virtual, Covas disse, porém, que essa liberação não será automática e que os serviços só serão autorizados a funcionar depois que a prefeitura validar os protocolos de segurança e saúde que ainda deverão ser apresentados pelos setores.

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O prefeito evitou dar prazo para a conclusão dessas etapas, afirmou que receberá as propostas a partir de segunda-feira e marcou para a próxima quarta uma entrevista em que apresentará o andamento dos processos.

Entre os requisitos necessários para a reabertura estão a adoção de medidas de higiene e testagem para covid-19, o controle da circulação de pessoas e a proteção a funcionários e clientes.

“Até lá, continuamos a fiscalizar o que é proibido de abrir, não só em relação a esses serviços que são liberados na fase 2, mas também aqueles que só podem reabrir nas outras fases”, afirmou o prefeito Bruno Covas.

A capital tem 54,9 mil casos confirmados do novo coronavírus e 3,6 mil mortes. A taxa de ocupação dos leitos de UTI é de 92%, e a prefeitura prometeu reabrir três hospitais.

Vizinhos querem reclassificação

Ao contrário da capital, as demais cidades que compõem a Grande São Paulo seguem na fase 1-vermelha, a mais rígida da quarentena e com permissão para funcionamento apenas dos serviços essenciais. Na mesma categoria também estão os municípios da Baixada Santista e da região de Registro.
Os prefeitos dessas cidades cobraram ontem o governo do estado sobre o tratamento diferenciado que consideram que foi dado à capital e pediram para serem também colocados na fase 2. Alguns ameaçam entrar na Justiça.

Gustavo Henric Costa (PSB), de Guarulhos, classificou o plano do estado como “incoerente”. Já Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), de Santos, lembrou que a capital é o epicentro da covid-19 no Brasil e que, portanto, é “inadmissível” considerar que esteja em melhor condição que as demais cidades.

O vice-governador Rodrigo Garcia (DEM) afirmou que São Paulo está na fase 2 porque tem estrutura hospitalar. “São mais de mil postos de atendimento. É praticamente um país.”

Garcia disse que está em contato com os prefeitos e destacou a possibilidade de criar sub-regiões como uma alternativa para avaliar a reabertura nos outros municípios.

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