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Brasilândia é o bairro de São Paulo com mais mortes por coronavírus há um mês

Distrito da zona norte tem 156 óbitos confirmados e suspeitos por covid-19

Brasilândia, na zona norte de SP Reprodução/Facebook

Há quatro semanas, a Brasilândia é o bairro com o maior número de mortes por coronavírus na cidade de São Paulo. O distrito da zona norte tem 156 óbitos, entre os confirmados e suspeitos. Já são 30 nos últimos 10 dias.

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O bairro é o sétimo mais populoso da capital com 260 mil habitantes e quase 30% dessas pessoas moram em favelas. O que se vê nas ruas da Brasilândia é uma preocupação pequena com o vírus.

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A aglomeração em lojas e praças é frequente e muitas pessoas não aderiram ao uso obrigatório da máscara. Um hospital municipal foi inaugurado há uma semana, depois de quatro anos de atraso, e só 11,8% da unidade está funcionando.

O morador do bairro desde que nasceu, há 41 anos, Adilson de Souza afirma que a pobreza dificulta ainda mais o isolamento social na Brasilândia. “A média de renda mensal por aqui é muito baixa. Além de que muitas pessoas moram juntas em pequenos espaços. Tudo contribui para a aglomeração”, disse o representante social.

Lado oposto

Do outro lado da cidade, Marsilac vive realidade oposta à da Brasilândia. Último bairro da zona sul de São Paulo e o menos populoso da cidade, com 8 mil pessoas, tem 4 mortes por coronavírus, o número mais baixo da capital.

Os moradores do distrito ouvidos pela reportagem contaram que só saem de casa em caso de extrema necessidade. É o caso da comerciante Mara de Souza, que mora no bairro há 30 anos, e afirma que nunca viu tão pouca gente nas ruas.

“Está todo mundo dentro de casa. Difícil sair. Lojas fechadas e algumas pessoas que precisam ir para algum lugar estão sempre usando máscara”, afirma Mara.

Diferenças

Para o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, a diferença no número de casos na Brasilândia e em Marsilac se explica, acima de tudo, pelo índice de isolamento social.

“Quem leva uma vida normal está mais sujeito a ser contaminado, infelizmente essa é a realidade. Muita coisa contribui, superlotação nos hospitais, pobreza, mas as saídas de casa ainda mais”, disse o secretário.

Outro fator que justifica o número de mortes, segundo o secretário, é a densidade demográfica, o que facilita as aglomerações.

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