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São Paulo conta prejuízo e tenta voltar à rotina após a chuva

Roberto Costa/Código 19/Folhapress

Depois da tempestade… o rescaldo. Os moradores de São Paulo passaram o dia de terça-feira (11) em recuperação, depois do caos de segunda-feira.

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Apesar de não ter rodízio de carros, o trânsito ficou abaixo do normal. O pico da manhã ficou em 62 km às 9h30, segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) – o horário tem média entre 56 km e 84 km.

A linha 9-Esmeralda da CPTM, que não circulara na segunda-feira (10), voltou à operação.

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Depois de 93 pontos intransitáveis de alagamento no dia anterior, na terça a cidade teve apenas 3.

Nesta quarta-feira (11), o dia deve continuar nublado e com pancadas de chuva isoladas, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A instituição mediu 342,6 mm de chuvas até terça, o maior volume em um mês de fevereiro desde 1999.

Ceagesp

O maior prejuízo era contado na Ceagesp, onde foram perdidas 7 mil toneladas de alimentos – entre frutas, legumes e verduras, um prejuízo aproximado de R$ 20 milhões, além de R$ 4 milhões em vendas não realizadas. Segundo a direção do entreposto, os alimentos contaminados ou que tiveram contato com as águas das enchentes serão levados a aterros sanitários. A empresa diz que montou forças-tarefas para inibir a comercialização ilegal dessas mercadorias.

No entanto, a expectativa é que não haja uma alta excessiva de preços nem desabastecimento.

Alimentos descartados na Ceagesp por terem se contaminado na enchente

Deixado na chuva

Veículo abandonado na marginal Pinheiros devido à inundação. A CET removeu 65 veículos que estavam nas pistas marginais –12 deles caminhões– e os deixou em baias, acostamentos das vias ou ruas menores, de onde devem ser retirados pelos proprietários.

No interior, cinco morrem e rio Tietê alaga cidades

Até terça, as consequências das chuvas tinham matado cinco pessoas no interior, quatro em Botucatu (238 km de SP). Além do motorista de um caminhão que caiu em cratera na rodovia Marechal Rondon na segunda, os corpos de duas mulheres e um homem que estavam em um carro arrastado foram encontrados na terça.

O quinto morto é um agente de concessionária de estradas cujo carro caiu em cratera na rodovia Leonor Mendes de Barros. Em cidades como Salto (101 km de SP), Pirapora do Bom Jesus e Araçariguama, o rio Tietê transbordou e invadiu ruas. A Emae, que opera represas do rio, diz que as barragens são abertas quando chegam ao seu limite.

Solo impermeabilizado dificulta vazão de águas

A impermeabilização do solo da cidade dificulta a vazão das águas em um dia de chuva intensa como segunda, potencializando os efeitos das enchentes.

Para o presidente da Apecs (Associação Paulista de Empresas de Consultoria e Serviços em Saneamento e Meio Ambiente), Luiz Pladevall, a solução passa por aumentar a permeabilidade do solo. Os piscinões, diz, não devem ser descartados, mas associados a outras soluções, como parques lineares.

É a mesma opinião do urbanista Kazuo Nakano, que disse à Band que  é necessário recuperar matas ciliares e fazer mais áreas para reter a água da chuva, em parques e praças.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, disse que a administração investirá R$ 800 milhões neste ano em obras contra enchentes, incluindo cinco piscinões.

Saúde: Limpeza previne doenças

Várias doenças podem ser transmitidas pelas águas de enchentes e, para prevenir a infecção, a limpeza é fundamental. Quem teve contato com essas águas precisa tomar um banho o mais rápido possível e manter as mãos bem higienizadas.

Segundo o infectologista João Prats, da BP – Beneficência Portuguesa de SP, para limpar alimentos, talheres e louças, a orientação é tirar a lama e a sujeira e depois lavar cuidadosamente com solução com cloro.

Prats disse que uma das doenças mais comuns é a leptospirose, que é transmitida pelo contato do vírus que está na água com a pele. Seus sintomas em geral são semelhantes a uma gripe – febre, mal-estar, dor no corpo – e a maioria das manifestações são leves.

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