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Passeio revela escravos do ABC enterrados em São Paulo

Túmulo da família de escravos | divulgação Túmulo da família de escravos | divulgação

Considerado um dos maiores pesquisadores da história do ABC, na Grande São Paulo, o professor emérito da USP José de Souza Martins quer contar aos moradores da região uma trajetória pouco conhecida. Ele estará amanhã, Dia de Finados, às 11h, no Cemitério do Santíssimo Sacramento, na capital, para homenagear uma família de escravos que trabalhou em fazendas de São Bernardo e São Caetano. A visita pode ser acompanhada por interessados em saber mais sobre esse capítulo da história da região.

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“É uma oportunidade para que os que se preocupam com a história do ABC deem um passo altamente simbólico contra a injustiça social do esquecimento. Pode ser educativo para os jovens”, diz Martins.

O túmulo visitado será o da família Piratininga. De acordo com o historiador, eles foram trazidos da África em 1700 e trabalharam na Fazenda de São Caetano do Tijucuçu, território onde hoje está a cidade de São Caetano.  A liberdade veio em 1871, no dia seguinte ao da Lei do Ventre Livre, quando o Capítulo Geral da Ordem de São Bento extinguiu a escravidão e libertou todos os seus escravos de fazendas e mosteiros em todo o Brasil, conta Martins.

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“Depois disso, muitos foram para Bahia. Quem se estabeleceu em São Paulo foi Nicolau Tolentino Piratininga, então com 16 anos”, explica.

Os estudos do historiador indicam que ele viveu no bairro da Liberdade, na capital, onde participou de grupos abolicionistas. Nicolau foi notícia de jornal em 1916 ao promover um sarau em sua casa, quando a reunião artística era restrita a alta elite. “Foi o primeiro sarau de uma família de antigos escravos de que se tem notícia.” Ele  morreu em 1929.

O Cemitério do Santíssimo Sacramento, onde está o túmulo da família e receberá a visita guiada do professor, fica na avenida Dr. Arnaldo, 1.200 próximo ao Cemitério do Araçá e da estação Clínicas do Metrô.

Cemitérios aguardam 100 mil visitantes

Preparação ontem na Vila Pires, em Santo André

A expectativa das prefeituras do ABC é que ao menos 100 mil pessoas visitem os cemitérios públicos amanhã, no Dia de Finados.

Em Santo André, eles vão funcionar das 8h às 17h. Linhas de ônibus municipais que atendem aos endereços terão reforço de frota para atender até 50 mil visitantes. Haverá celebrações católicas às 7h, 8h30, 10h, 11h30, 14h e 16h no da  Vila Curuçá. Os demais também devem receber apoio de entidades religiosas.

Os cemitérios em São Bernardo vão abrir mais cedo, às 7h, e estarão com portões abertos até as 18h. São aguardadas 45 mil pessoas. Também haverá programação com celebrações religiosas. A prefeitura preparou ação especial com agentes de trânsito e guardas municipais.

Os três cemitérios municipais de São Caetano devem receber 4 mil pessoas. O funcionamento será das 7h às 17h, com missas de manhã e à tarde.

A previsão do tempo para amanhã é de sol entre nuvens, sem previsão de chuva, de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A mínima deve ser de 17ºC e a máxima, 31ºC.

Flores mais baratas

Comerciantes do Mercado de Flores de Santo André se preparam hoje para uma das datas mais movimentadas do ano: a véspera do Dia de Finados. Com mercadorias vendidas pelos próprios produtores, que vêm de regiões como Suzano e Atibaia, a promessa é de preços até 50% menores. A feira é realizada às terças e sextas-feiras, das 17h às 21h, na Craisa, que fica na avenida dos Estados, 2.195, Santa Teresinha.

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