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Nova ‘minicracolândia’ assusta moradores do Pacaembu

Inseguranca. Vizinhos dizem que violência aumentou com a instalação dos usuários de droga e fazem revezamento para sair de casa

A instalação aparentemente “definitiva” de usuários de droga próximo à praça Raízes do Brasil, na confluência das ruas Itápolis, Minas Gerais, Marcelino Ritter e Ernest Marcus, no Pacaembu (zona oeste), fez os moradores dessas vias adotarem uma espécie de “revezamento” entre si para sair de casa e não deixar a área sem vigilância informal da vizinhança.

“O medo de deixar as casas sem ninguém cresceu nos últimos meses”, conta a aposentada Emérita Carbone, 61 anos, que mora na região e já teve a casa furtada quatro vezes, sempre em horários que ela e a família estavam fora.

Quase todos os vizinhos dela também já foram furtados ou tiveram as casas invadidas, segundo Emérita. “A solução acabou sendo deixar alguém sempre por perto”, disse. “Parece que assim eles não vêm.”

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A alternativa, porém, deve ser temporária. Liderados pela aposentada Roseli Wozniak, 58, os moradores montaram um grupo no Whatsapp e agora trabalham juntos para exigir providências da prefeitura e da polícia.

Roseli conta que os usuários de drogas sempre estiveram pela região, mas eram poucos e por pouco tempo. “Agora estão instalados, montaram barracas e ficam em grupos maiores. Parece que estão mais violentos também e param os moradores que estão passando”, disse.

A aposentada destaca também que as barracas dos usuários estão ocupando um bom trecho da calçada e os pedestres são obrigados a passar pela rua. A maior parte delas está bem próximo de uma curva e é difícil ver os carros se aproximando, o que, para ela, “também aumenta a insegurança”.

Nesta semana, o primeiro avanço: as árvores da praça foram podadas e deixaram o local com maior visibilidade. De acordo com Roseli, os usuários conseguiam se esconder no meio das plantas e “aparecer” para assaltar quem estivesse passando por ali – sem as árvores, não tem como isso acontecer.

Para a organizadora do grupo, agora o trabalho não pode parar. Ela relata que já foi feito o orçamento para instalar câmeras nas ruas, que estarão ligadas ao City Câmeras.

O próximo passo é continuar pedindo mais policiamento e iluminação no local. Além disso, Roseli destaca que o fundamental é conseguir “tirar os usuários do espaço para que eles recebam a ajuda adequada”.

Até que isso seja concreto, os moradores continuam usando o grupo do Whatsapp para alertar uns aos outros  de perigos e movimentações que consideram suspeitas na região.  

Prefeitura diz que já faz abordagens
A Prefeitura de São Paulo informou que a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social faz abordagens diariamente no local, intensificadas em 2017. O Ilume (Departamento de Iluminação Pública) disse que pediu que engenheiros compareçam ao local para checar quais as soluções que podem ser adotadas. Sobre a segurança na região, o Metro Jornal questionou a Secretaria da Segurança Pública, mas não teve resposta.  

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