Escolher uma carreira é um dilema que jovens precisam enfrentar às vésperas de ingressar em um faculdade. A pressão vem por todos os lados, em casa, do mercado, consigo mesmo. E em breve até da escola. Mudanças no ensino médio propostas na BNCC (Base Nacional Comum Curricular) estabelecem que o estudante seja capaz de optar por um itinerário formativo durante o curso.
“Escolher uma profissão faz parte do projeto de construir uma identidade e é importante que o jovem participe desse processo”, diz Gabriel Di Pierro, formador na ONG Ação Educativa. Para a maior parte dos especialistas, a escolha de carreira passa pelo autoconhecimento: o estudante deve saber os seus pontos fortes, os fracos e seus interesses.
De acordo com o especialista em orientação vocacional Sílvio Bock, “muitas vezes, o jovem acredita que o problema é o excesso de opções, quando na verdade a questão principal é não conseguir se decidir entre opções que são muito próximas ou semelhantes”. Muitos ainda não conhecem a fundo quais são as possibilidades que determinado curso oferece e isso os impede de encontrar opções que tenham a ver consigo.
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Segundo ele, em primeiro lugar é melhor não se enganar com atalhos, porque não será fácil. Para o especialista, “o problema é esperar que a resposta esteja pronta em algum teste pronto ou que um dia você irá acordar inspirado a tomar a decisão”.
De modo geral, a solução é criar um projeto de carreira detalhado que leve em consideração as expectativas para o mercado de trabalho e como se espera que elas sejam atendidas. É preciso entender que o processo de descoberta pode não ser prazeroso e é, muitas vezes, uma transformação angustiante, tanto para os jovens, quanto para os pais.
Muitos buscam adaptar um hobby existente na adolescência em trabalho remunerado, geralmente relativo às habilidades artísticas, à vocação esportiva ou, mais recentemente, a atividades de lazer como jogar videogames. Deve-se lembrar que o hobby pode deixar de ser prazeroso para se tornar algo maçante, porém, os casos de sucesso são mais comuns entre profissionais que se dedicam com interesse.
Embora o modelo federal de ingresso na universidade, o Sistema de Seleção Unificada (ou SiSU) tenha ampliado o acesso ao Ensino Superior, ainda não há o enfoque ao processo de escolha, e muitos jovens são levados a se inscrever em cursos acessíveis às suas notas e não necessariamente naqueles com os quais têm maior afinidade. Para esses alunos, é importante saber que a escolha não está fechada no momento de ingresso no curso universitário, e que sucesso profissional nem sempre significa estar contente com o ofício. Sempre pode ser tempo de recomeçar.
Como os pais podem ajudar
- Procure dialogar com o jovem. É importante que ele tenha alguém dentro de casa com quem ele possa contar.
- Esteja aberto aos comentários do estudante. Espera-se dos pais que eles possam amenizar as angústias do estudante.
- Permita que seu filho faça a escolha do modo mais autônomo possível.
- Todos os pais têm expectativas para seus filhos e não há nada de errado com isso, mas não deixe que isso se torne uma preocupação para o estudante. Muitos já estão equilibrando diversas pressões dos outros e também as próprias.
- Impor condições costuma gerar resultados negativos. Ao invés disso, procure deixar exposto o seu ponto de vista: desde suas experiências até seus conhecimentos adquiridos.
- Se possível, encaminhe o aluno a um serviço de orientação vocacional.