Esporte

O novo ciclo do Independência: estádio quer repetir protagonismo na temporada 2017

Janeiro é um mês em que os principais gramados do futebol brasileiro costumam se recuperar após um ano repleto de competições. As redes não balançam, as arquibancadas ficam vazias e o grito de gol se torna uma saudade àqueles que esperam ansiosamente por novas emoções. E falta pouco. Depois de amanhã, o América-MG abre a nova temporada do Horto com a estreia na Primeira Liga, contra o Ceará. No sábado, o estádio recebe a abertura do Campeonato Mineiro 2017, na partida entre Atlético-MG e América-TO, às 17h.

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Enquanto o Maracanã, no Rio de Janeiro, revela sinais de abandono, o Independência, reinaugurado há quase cinco anos, atravessa uma nova era: arena multiuso, partidas históricas e protagonismo. Demolido em 2009 e com custo de R$ 148 milhões, as obras do ‘Novo Independência’ começaram em janeiro de 2010. A data de entrega foi adiada mais de dez vezes até a reinauguração oficial, que aconteceu somente em 25 abril de 2012. Ano em que os arredores da rua Pitangui, no bairro Horto, Região Leste de BH, voltaram a receber novamente uma atmosfera esportiva.

Para Hélber Gurgel, gerente administrativo do Independência, a tendência é que a arena receba um número superior de duelos que em 2016 e continue atraindo torcedores e visitantes em BH. “O Independência está pronto para 2017. Neste ano, receberemos muitos torneios até pelo fato de o América ter sido rebaixado para a Série B, o que aumenta a carga de jogos. Mas o Independência tem uma grande estrutura. Reclamações que no início escutávamos em relação a alguns pontos, não existem mais. Limpeza, segurança e comida são itens bem avaliados hoje”, garante Gurgel.

As mudanças foram muitas e nem sequer restou o ‘esqueleto’ do antigo estádio. Uma nova fachada, cobertura sobre as arquibancadas e ganho de cadeiras numeradas; de alambrados para defesas de vidro e uma capacidade para receber 23.018 pessoas. A administração do estádio, banco de reservas e os vestiários foram reconstruídos. A estrutura do estádio Horto também conta agora com 27 lanchonetes, sete lojas, 16 cabines de imprensa, 18 camarotes VIP’s, além do estacionamento com 422 vagas.

O ex-jogador Jair Bala, um dos artilheiros da história do Independência e responsável pelo pontapé inicial da reinauguração da arena afirma que, caso o estádio não tivesse sido reformado, dificilmente estaria sendo tão utilizado como atualmente. Ele também acredita em novidade nos próximos anos. “Estamos em tempos modernos, com exigências e a reforma foi importante para um retorno definitivo do Independência. Sem ela, o estádio ficaria ultrapassado. A volta do Independência é valorosa para os clubes que passam a ter mais uma opção para jogar além do Mineirão, e também para a cidade, que ganha em termos de turismo. Ainda sinto falta daquele aconchego de estádio, mas espero que, adiante, construam a arquibancada atrás do gol, onde ficam os vestiários”, disse o ex-atacante, em entrevista exclusiva ao Metro BH.

Além dos jogos de América-MG, Atlético-MG e Cruzeiro, presenças recentes de craques como Messi no estádio foram grandes propulsores para que o Independência voltasse a se destacar no cenário nacional. Partidas de Libertadores, Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e treinos das seleções brasileira e argentina ajudaram a elevar o status da arena nos últimos anos. Galo e Raposa se destacaram com conquista de títulos importantes desde 2012 e passaram a realizar seus jogos com maior frequência no Horto, principalmente o Atlético-MG que adotou o estádio como sua ‘nova casa’ desde a reinauguração. Enfim, o estádio espera voltar a ser protagonista de grandes embates na nova temporada que começa em breve.

 

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Dirigente acusa BWA

 

De acordo com um dos presidentes do América-MG, Alencar da Silveira Júnior, o Independência pode voltar as mãos do Estado por conta de dívidas da administradora da arena, a BWA, com o governo. “A BWA não paga o Estado e o percentual que é dado ao América há 13 meses. O Estado vai tomar providências e pode tomar o estádio da administradora”, prevê Alencar.

O governo de Minas fiscaliza a administração do Independência, uma vez que optou por terceirizar a administração do estádio cuja operação é de responsabilidade da BWA, vencedora da licitação em 2011, que garantiu a concessão da arena por dez anos. “Não temos nenhum vínculo com o América. Inadimplência e negociações estão sendo resolvidas. Não iremos especular valores. O governo não pediu a concessão da arena de volta e está sendo feita uma negociação com o Ministério Público”, argumenta a assessoria de imprensa da BWA.

Por meio de nota, o Governo de Minas declarou a reportagem que já notificou a BWA para regularizar as dívidas com o Estado, mas não confirmou o período de inadimplência. “A questão está sendo tratada e intermediada pelo Ministério Público, tendo em vista que a empresa alega que o inadimplemento decorre de seu pleito de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato elaborado na gestão passada”, afirma o governo.

O Independência está cedido ao América-MG pelo governo de Minas por um período de 28 anos, com a cessão de uso de 2009 até 21 de outubro de 2037. Em 2012, a BWA assinou um contrato com o Atlético-MG para utilização do Independência pelo período de dez anos. O acordo prevê que o Galo repasse 10% da bilheteria da arena para a empresa, que por sua vez passaria 10,58% desse valor para o Coelho.

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