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Elekfantz enxerga ambiente cultural no Lollapalooza: “Tem um papel educador”

A música eletrônica é uma parte importante do Lollapalooza e na edição deste ano não é diferente. Um dos representantes mais fortes do gênero, que ao mesmo tempo mescla vários outros estilos, é o duo brasileiro Elekfantz.

O grupo formado por Daniel Kuhnen e Leo Piovezani mistura pop e techno e causou alvoroço no cenário internacional com o lançamento do single «Wish», em 2012.  Dois anos mais tarde, o álbum «Dark Tales & Love Songs» juntamente da parceria com o empresário Gui Boratto estabeleceu ainda mais os músicos no meio.

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O duo conversou com o Metro Jornal sobre influências musicais, projetos e sobre a apresentação no festival Lollapalooza, que acontece nesta sexta-feira (5), no Autódromo de Interlagos. Confira:

Como foi a migração do blues para o techno?

LP: O blues foi apenas um começo para mim e para o Dani na música. Acredito que o fato de termos começado com rock/blues e jazz nos deu um senso de composição no formato de canções. O colorido melódico do nosso som vem desse momento de blues no início de nossas carreiras.

DK: E o Elekfantz sempre manteve esse formato até nas músicas instrumentais do lado mais techno do nosso primeiro disco «Dark Tales & love Songs». Pra mim o techno é arte da repetição sem ser repetitivo e de certa forma compartilha a seriedade e melancolia do blues. Essa fusão do nosso início foi muito frutífera.

Há uma mistura de pop com o eletrônico no som de vocês. Vocês creem que as pessoas têm mais facilidade de absorver as suas músicas por conta disso do que se fosse mais restrita a apenas um desses gêneros?

LP: Acho que o som do Elekfantz retrata aquilo que mais gostamos na música. Melodias, timbres e sonoridades profundas em músicas que podem ser cantadas por qualquer um. E o nosso show ao vivo apresenta as mesmas músicas do disco com arranjos bem diferentes, que envolvem desde os amantes de música eletrônica com texturas e batidas do techno, bem como aqueles que gostam de um bom pop, com vocais e performances com instrumentos ao vivo.

DK: Acredito que as pessoas se identificam com o Elekfantz pela identidade musical, mais do que qualquer comparação ou limitação de gêneros.

Quais são as suas opiniões sobre o mercado nacional de música eletrônica?

LP: Mercado nacional esta em amadurecimento, passando por um momento único jamais vivido antes pelo artistas. Ao mesmo tempo, tantos novos artistas surgindo com esse imediatismo dos dias de hoje , fazendo com percam um pouco da identidade e até mesmo sua verdade musical. Talvez isso seja parte do processo evolutivo da cena brasileira. Torço pra que todos façam aquilo que realmente acreditem. A diversidade musical fortalece a cultura de um país, conquista, educa e fideliza o público de um jeito muito mais profundo do que se imagina.

DK: Na música brasileira já criamos gêneros e estilos bem originais ao longo da história, que tiveram impacto em todo o mundo: bossa nova, samba e até o funk carioca. Na música eletrônica, apesar do crescimento enorme e da valorização dos artistas nacionais, ainda não chegamos lá. Com raras exceções ainda falta originalidade. Maioria do que se produz aqui são reciclagens, covers e cópias de músicas antigas adaptadas para as pistas do Brasil. Mas esse processo e busca de identidade faz parte, acredito que aos poucos os verdadeiros artistas nacionais vão juntar todas essas peças para criar música eletrônica brasileira original e com nível de exportação, como criamos a bossa nova a partir do jazz. Mas precisamos de mais Tom Jobins e Gui Botattos, mais compositores e menos licenciadores.

Vocês já tocaram em diversos locais, com diferentes públicos. O Lollapalooza é um festival que mistura vários gostos pelos estilos musicais presentes. Vocês se sentem «em casa» (no sentido musical) no evento ou veem a apresentação como mais como uma oportunidade de levar o seu projeto para novas pessoas?

LP: Verdade, já tocamos em muitos festivais pelo mundo mas o Lolla tem algo muito cool e único que envolve o publico de uma maneira tão forte que nos deixa a vontade para tocar o que quisermos, no formato que quisermos, sem a preocupação de saber se estamos agradando ou desagradando determinado público ou não.

DK: Acredito que o Lolla estimula as pessoas a conhecer novos artistas, a estarem abertas a novidades. Um festival como o Lolla tem um papel educador também. Nos sentimos em casa desde nossa primeira vez em 2014!

Quais são os seus próximos projetos?

LP: Nosso próximo disco sai esse ano. Será o segundo disco de estúdio da nossa carreira.

DK: Já lançamos dois singles dele e o terceiro sai dia 19 de abril, se chama “When We Were Young”. Tem muita coisa nova a caminho e uma turnê com nosso novo show começando em seguida. Quem assistir nosso show no Lollapalooza já vai ter uma prévia de tudo que está por vir!

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