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Rogério Coelho conta histórias por trás do premiado livro ‘O Barco dos Sonhos’

O principal prêmio da produção literária brasileira, o Jabuti, consagrou nesta 58º edição o paulista radicado em Curitiba Rogério Coelho. Ele é responsável pelo livro “O Barco dos Sonhos”, que levou a categoria Ilustração de Livro Infantil.

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Na obra, a relação entre um idoso e uma criança ganha nuances de sonho, fantasia e um bocado de mistério. “Não é uma narrativa tão primária. Eu gosto de pensar que o livro de imagens propõe desafios para o leitor”, disse Coelho em entrevista ao Metro Jornal.

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Direcionado para crianças, mas nem um pouco infantilizado, “O Barco dos Sonhos” é um primor de linguagem visual. As 84 páginas da obra são repletas de ilustrações apuradas, imersas em detalhes e emoção, que certamente devem interessar o público jovem e adulto apaixonado pelo universo do desenho.

“Para crianças menores de 10 anos, acredito que seja bom ter uma tutoria para acessar o livro, para que ele possa ser usado de maneira completa. Acima disto, já é tranquilo”, indicou o autor.

Para ele, a linguagem de obras como «O Barco dos Sonhos» é uma ótima parceira da educação infantil. “Eu acredito que o livro de imagens, por não entregar uma história pronta, ajuda no desenvolvimento do discurso narrativo, da criação a partir do que você vê”, comentou Rogério Coelho.

Crescimento
A noção cultivada pelo ilustrador de 41 anos pode ser associada ao início de sua carreira, quando ilustrava livros didáticos na Editora Positivo, responsável também pela publicação de “O Barco dos Sonhos”.

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Desenhista desde criança, época em que começou a descobrir a literatura e o universo das ilustrações, Coelho passou a encarar o desenho como trabalho em 97. “Depois de um tempo ilustrando livros didáticos, começou a transição para a literatura, isto já em 2002”, lembrou.

No ano seguinte, voltou à cidade natal, São Paulo, e começou a trabalhar como freelancer. “Já fiz ilustrações para obras de escritores como Luís Fernando Veríssimo, Ruth Rocha, Ferreira Gular”, contou Coelho, citando exemplos de uma lista extensa e com nomes de peso da literatura brasileira.

A ideia de fazer livro autoral, somente de desenhos, surgiu em 2008, com a obra ‘O gato e as árvores’. Depois veio a participação numa coletânea didática, com outros três autores, que rendeu o primeiro Jabuti de Coelho.

“Foi mais ou menos nesta época que a ideia de «O Barco» surgiu para mim. Foi durante uma viagem de família a São Francisco do Sul. Era inverno, o tempo na praia estava fechado e meus filhos estavam brincando na areia”, relembrou Coelho.

A cena mexeu com o ilustrador e gerou reflexões sobre a vida. A figura do velho já apareceu para o artista logo na ocasião. A partir daquele ano, tanto as personagens como a técnica de desenho foram tomando formas maduras no traço de Coelho.

“Naquela época eu não tinha nem mesmo condição técnica para colocar no papel aquilo que estava imaginando. Já em 2014 estava preparado e me dediquei a terminar o livro”, contou.

Projetos
Daqui para a frente, o futuro é ainda mais cheio de projetos. Além de lançar “O Barco dos Sonhos” nos EUA, em janeiro, o próximo ano guarda novas parcerias literárias e obras próprias. “Estou trabalhando nisto”, adiantou o artista.

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