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A voz e a vez do cidadão

Como você vê e fiscaliza a sua cidade? Quando se depara com uma calçada quebrada ou uma ciclovia esburacada você apenas passa por ela e lamenta ou procura levar esses problemas adiante, ajudando a melhorar o lugar onde vive? Em geral, o individualismo recorrente nos faz apenas seguir nosso solitário caminho. Felizmente, as coisas estão mudando nesse quesito. Em alta, valores como coletividade e solidariedade têm impulsionado as pessoas a desenvolver a empatia, a exercitar a cidadania. Desde o início da pandemia, em São Paulo, tem sido exemplar a mobilização de moradores que arregaçam as mangas para fazer e distribuir marmitas na cidade, ajudando a combater a fome nessa fase crítica.

No campo da cidadania, o engajamento das pessoas também está crescendo, especialmente por causa da tecnologia. Com recursos de inteligência artificial, as informações movimentadas no ambiente digital formam grandes bancos de dados (big data) que ajudam e orientam a tomada de decisões de gestores públicos e privados. Esse é o conceito do QZela, um aplicativo de “zeladoria urbana participativa” que permite aos cidadãos compartilhar problemas da cidade com os gestores públicos. Ao baixar o app gratuito, lançado em 2019, o usuário pode reportar até 400 ocorrências ligadas à gestão dos espaços públicos em 40 segmentos.

É possível destacar problemas em ruas, calçadas e ciclovias, como má sinalização ou situações de degradação, e também questões ligadas à rede de saneamento, de iluminação e de fiação, além de transtornos como acúmulo de lixo ou risco de queda de árvores. Depois de um rápido cadastro, o cidadão fotografa com seu celular as irregularidades. Para garantir a credibilidade das informações dessa plataforma colaborativa, o sistema do QZela faz com que o cidadão acumule pontos tanto pela frequência quanto pela consistência.

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“Mais do que nunca, as cidades terão de estar prontas para receber as pessoas que vão lentamente retomando as atividades, com novos cuidados e novas demandas. Entre elas, segurança física e condições apropriadas para preservar a saúde”, observa o engenheiro Roberto Badra Sallum, CEO da empresa desenvolvedora do aplicativo. “É uma política pública de bolso. E os usuários podem, inclusive, usar o aplicativo de maneira conjunta, quando uma comunidade ou um grupo precisa que seus problemas sejam enxergados pelo poder público.”

Esse engajamento da população pode apontar caminhos para as políticas públicas e condutas empresariais, tornando as cidades cada vez mais inclusivas, acolhedoras e saudáveis.


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