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A cidade de 15 minutos

Já pensou em viver numa cidade em que tudo fica a 15 minutos de distância a pé? Os serviços essenciais, os principais eixos de transporte coletivo, os parques, as opções de entretenimento, o comércio, os escritórios…

Isso não é sonho e faz parte do conceito criado pelo cientista franco-colombiano Carlos Moreno. No sistema que desenvolveu, e que tem encantado urbanistas, arquitetos e gestores mundo afora, os moradores têm acesso a tudo o que precisam a apenas 15 minutos de caminhada.

Para Moreno, especialista em “cidades inteligentes” e cientista da Universidade Paris 1 Panthéon Sorbonne, as áreas urbanas podem ser redesenhadas para que os serviços básicos estejam próximos dos habitantes. Assim, em vez da cidade com uma única região central, a urbanização deve ser feita com “centros” nos variados bairros, que contam com serviços de saúde, de educação, comerciais, industriais e administrativos. Ele aposta em edifícios com funções múltiplas, com moradias, escritórios e comércio. Isso reduz bastante o tempo de deslocamento e facilita a vida das pessoas.

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“Fruto das minhas pesquisas, a cidade de 15 minutos traz qualidade de vida, algo que não existe nas metrópoles onde as pessoas gastam seu precioso tempo em longos trajetos”, afirma o cientista. “Queremos fazer das ruas não um lugar para carros, mas um espaço para pessoas. Que caminham, pedalam e vivem”.

Além de favorecer a saúde, essa transformação melhora o meio ambiente, pois tira os carros das ruas. Afinal, tudo pode ser feito a pé ou de bicicleta no próprio bairro, evitando deslocamentos desnecessários.

Se aqui no Brasil essa ideia parece utópica, lá fora já é uma realidade. A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que foi reeleita no final de junho, encampou com tudo a tese de Moreno, buscando uma capital mais inclusiva e saudável. Na cidade em que 54% das viagens são feitas a pé, ela lutou para ampliar as calçadas e aumentar a rede cicloviária – que hoje conta com 1.000 km e permite atravessar a cidade –, facilitou o acesso a bicicletas elétricas e está reduzindo 72% das vagas de carros para dar mais espaço para ciclistas e pedestres.

Para Carlos Moreno, seis pontos são indispensáveis para viver bem nas metrópoles do século 21. São eles: morar com dignidade, trabalhar em boas condições, ter acesso à saúde, à educação, à diversão e aos produtos necessários para viver. E essa qualidade de vida acontece quando se reduz a distância para alcançar esses parâmetros. Algo que ainda é muito distante da realidade brasileira, mas que deve ser considerado e trabalhado o quanto antes, para que as próximas gerações vivam melhor e com mais saúde.


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