Em um novo confronto transatlântico, o X – anteriormente Twitter – liderada por Elon Musk, atacou as autoridades francesas após uma ordem judicial que a obrigava a compartilhar seu algoritmo de recomendação e dados em tempo real.
Clique para receber notícias de Tecnologia e Ciências pelo WhatsApp
A empresa nega qualquer irregularidade, classifica a investigação como “politicamente motivada e criminosa” e ameaça não cooperar, enquanto Paris intensifica sua investigação sobre possível extração fraudulenta de dados e viés algorítmico.
Um confronto entre o X e o Ministério Público de Paris
No início deste mês, o Ministério Público de Paris elevou uma investigação preliminar sobre o X a uma “investigação criminal”, com foco em suposto viés algorítmico e coleta ilícita de dados de usuários.
Graças a essa classificação, a polícia francesa ganhou o poder de revistar escritórios, interceptar comunicações e intimar executivos da rede social para depor. O X, por sua vez, sustenta que essas medidas visam “silenciar vozes críticas” e se recusou a fornecer o acesso solicitado ao código que decide o que seus usuários veem.
Liberdade de expressão versus segredos comerciais
De acordo com o X, a ordem judicial ameaça os segredos comerciais e a privacidade de seus usuários. A empresa afirma já ter proposto um canal seguro para compartilhar informações sem expor seus sistemas, mas ainda não recebeu uma resposta do Ministério Público.
Em resposta, alerta que o descumprimento pode resultar em multas ou até mesmo mandados de prisão, embora Musk sustente que sua prioridade é proteger a liberdade de expressão.
Uma disputa com ramificações internacionais
O impasse francês ocorre em um momento delicado: os EUA e a UE discordam sobre os limites da liberdade de expressão online. Musk, um aliado próximo de figuras conservadoras, acusou a Europa de censurar vozes de direita. Enquanto isso, Bruxelas está investigando a X por violar a Lei de Serviços Digitais em relação à transparência e conteúdo ilegal.
Essa trama promete alimentar o debate sobre quem controla o que milhões de usuários veem todos os dias.
Rostos nomeados e acusações cruzadas
LEIA TAMBÉM:
Companhia aérea usa IA para decidir preço de suas passagens
Microsoft fechará sua store de filmes e programas de TV
Um paradoxo estranho, mas comum: jogos do Mario, onde o Mario não é o protagonista
A denúncia inclui o legislador Eric Bothorel, que acusou o X de manipular seu algoritmo com “interferência estrangeira”. O X considera a acusação “infundada” e Bothorel defende a independência do Judiciário. Além disso, o Ministério Público solicitou relatórios de dois investigadores, David Chavalarias e Maziyar Panahi, que o X descreveu como “hostis”. Panahi negou envolvimento e ameaça processar por difamação.
Enquanto a acusação e a defesa aprimoram seus argumentos, o X mantém sua posição: ele não divulgará sua valiosa fórmula de recomendação até que veja “razões legítimas e isentas de viés político”. A batalha jurídica está apenas começando.

