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Caso insólito em hospital: usaram embalagem de bolo como máscara de oxigênio para um bebê de 3 meses

Médica que atendeu o bebê afirma que é “mais comum do que imaginam” no sistema de saúde pública brasileiro

Embalaje torta en hospital de Brasil | Fuente: G1
Embalagem de bolo em hospital Fuente: G1

Uma solução incomum para a falta de recursos em um hospital municipal brasileiro ganhou destaque mundial. Foi utilizado o recipiente de um bolo como uma máscara de oxigênio em um bebê de três meses internado com suspeita de bronquiolite em um centro médico de Santa Cruz, na região do Agreste, no Rio Grande do Norte.

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O hospital informou que o paciente de 3 meses e 20 dias de vida foi admitido no sábado, 8 de junho, com grave dificuldade respiratória, congestão nasal, febre, coriza, vômitos e diarreia. O paciente estava “clinicamente grave, mantendo dificuldade respiratória e taquipneia”, conforme relatado pelo site brasileiro G1.

O lactante foi atendido e a equipe médica solicitou um espaço na unidade de UTI pediátrica para o paciente. Este traslado não foi imediato, então decidiram improvisar com um recipiente de bolo enquanto esperavam por uma cama. O município confirmou essa informação e indicou que este hospital não é uma referência em emergências materno-infantis.

"Há algumas improvisações que precisamos fazer. Realmente ajudou a criança a voltar a respirar bem, a ter uma boa penetração de oxigênio nos pulmões. Foi fundamental para ajudar em sua recuperação", afirmou o médico Francisco Júnior.

Na manhã desta terça-feira, 11, o bebê foi transferido em uma ambulância do Serviço Móvel de Urgência (SAMU) para o hospital Varela Santiago em Natal.

Embalaje torta en hospital de Brasil | Fuente: G1
Embalagem de bolo em hospital Fonte: G1

“Mais comum do que se imagina”

A doutora que usou um recipiente de bolo no bebê, Ellenn Salviano, falou sobre este caso e apontou que improvisar isso é "mais comum do que se imagina" no Sistema Único de Saúde, o sistema público de saúde brasileiro. A profissional trabalha em três hospitais públicos, no Serviço Móvel de Atendimento de Emergência (SAMU), e garantiu que em uma semana fez três respiradores improvisados.

Não é um incidente isolado meu, do hospital, acredito que seja de todos os serviços que fazem parte do SUS. Já perdi a conta de quantas capuzes improvisadas fiz nesses 9 anos de medicina. Infelizmente, é mais comum do que imaginamos”, declarou Salviano em G1.

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Apesar da precariedade, ela destacou o trabalho e o compromisso da equipe médica para garantir que os pacientes recebam o atendimento necessário. "Tenho uma equipe, não precisamos escolher um paciente, não precisamos escolher um problema. O problema chega e com a equipe sei que encontraremos uma maneira, o paciente receberá o atendimento necessário", afirmou.

"Trabalho em serviços privados, é fácil, tenho tudo à mão, mas não no SUS. No SUS, tenho que sair de casa pensando todos os dias como vou me reinventar", encerrou.

Embalaje torta en hospital de Brasil | Fuente: G1
Embalagem de bolo em hospital Fonte: G1

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