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Mãe britânica está presa em Cabul e teme ser morta pelo Talibã

Ela implora ao governo britânico para salvá-la, temendo estar prestes a ser morta pelo grupo extremista que assumiu o governo do Afeganistão.

Mãe britânica está presa em Cabul

Fátima*, uma londrina de 30 anos, presenciou os ataques suicidas nos arredores do aeroporto de Cabul. Ela, que é uma mãe britânica, está presa em Cabul e pede ajuda ao governo britânico para sair do país antes que o Talibã a encontre.

Segundo o Daily Mail, a mulher, que usa um nome falso, já foi ameaçada pelo grupo Talibã enquanto tentava deixar o Afeganistão. “No dia dos atentados nosso carro foi parado por soldados do Talibã e eles apontaram uma arma para a cabeça do meu motorista, o interrogaram e perguntaram se éramos estrangeiros”.

Fátima dedica seu tempo a cuidar dos filhos e trabalha como intérprete em algumas ocasiões. Ela afirma ter sido autorizada a seguir para o Aeroporto internacional de Cabul e estava a caminho de um dos portões quando as explosões aconteceram.

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“Foi um inferno. Eu vi o Armagedom com meus próprios olhos, estava chovendo sangue, era traumatizante”, relata.

“Fiquei no aeroporto tentando providenciar a saída do país até que o Talibã disse que ia começar a atirar se não partíssemos. Tentamos voltar no outro dia, mas eles bloquearam a estrada”.

A mulher agora vive com medo dentro de uma casa com seu irmão e sua mãe idosa. Seu irmão anda com auxílio de muletas e sofre com convulsões constantes depois de sofrer um acidente de carro há vários anos. Já sua mãe precisa de cuidados quase impossíveis de conseguir sobre o regime Talibã.

“Não podemos conseguir um enfermeiro porque os homens não podem tocar em mulheres que não sejam membros da família, é proibido e não há médicos que possam tratar meu irmão”, disse a mulher, que também teme sair sozinha nas ruas devido a determinação do Talibã de que as mulheres devem estar acompanhadas por um homem de sua família ao sair nas ruas.

“Em Cabul, minha morte é iminente”, disse ela que também acusou o governo britânico de incompetência. Ela viajou ao Afeganistão a cerca de um mês para visitar sua família, mas jamais pensou que a capital cairia tão facilmente para o Talibã.

Fátima, uma mãe britânica presa no Afeganistão, teme ser morta pelo Talibã enquanto espera por auxílio

Embora seja britânica e tenha passaporte do Reino Unido, o irmão e a mãe de Fátima são afegãos. Segundo ela, o Ministério das Relações Exteriores disse que eles não eram elegíveis para deixar o país e a aconselharam a voltar sozinha ou ir para Islamabad, porém ela recusa a deixar os familiares devido a condição de saúde de ambos.

“Se eu partir, eles morrerão, quero dizer ao Reino Unido que, por favor, traga minha família para casa ou deixaremos Cabul em sacos para cadáveres”, declarou.

Segundo o órgão britânico responsável, casos individuais não poderão ser discutidos, mas qualquer britânico que ainda esteja em Cabul deverá procurar um local seguro e “aguardar novos conselhos”.

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Conforme divulgado por um porta-voz do governo britânico a equipe está trabalhando de forma rápida para garantir e facilitar a saída dos cidadãos britânicos, afegãos e que estão em risco no país.

“Continuamos a pressionar o Talibã para permitir a passagem segura do Afeganistão para aqueles que desejam partir”, disse o porta-voz.

Fontes confirmaram que afegãos com parentes britânicos podem não precisar mais cumprir os requisitos de visto para se estabelecerem no Reino Unido, dando esperança a Fátima e seus parentes. As autoridades em Cabul também receberam ordens de priorizar “dependentes” de cidadãos britânicos que necessitem de cuidados médicos.

Fatima permanece esperando junto a sua família.

*O nome foi alterado para preservar a identidade da mulher e de seus familiares.

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