A Polícia Civil diz que Daniel Lucas Pereira, que é um dos investigados pelo sumiço de morte da adolescente Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, em Cajamar, na Grande São Paulo, fez várias gravações do trajeto que a garota fazia antes de desaparecer. O celular do rapaz ainda será analisado, mas os investigadores já conseguiram ver algumas das imagens.
“O celular dele está sendo encaminhado para perícia, mas já visualizamos que nele tem imagens gravadas no caminho entre o ponto de ônibus até a residência da vítima”, afirmou o delegado Luiz Carlos do Carmo, diretor da Polícia Civil na Grande São Paulo, em entrevista ao “Domingo Espetacular”, da RecordTV.
A polícia chegou a pedir a prisão temporária de Daniel, mas a Justiça negou. A juíza, no entanto, autorizou busca e apreensão na casa do investigado.
Daniel confessou que fotografou o Corolla, que foi visto no local onde a garota desapareceu, mas negou qualquer envolvimento no crime. O dono do veículo em questão é Maicol Antonio Sales dos Santos, de 27 anos, que é o único suspeito preso até agora.
No total, ao menos sete pessoas são investigadas por suspeita de terem algum tipo de envolvimento no caso Vitória. A polícia encontrou fios de cabelo feminino e roupas em um carro e ainda aguarda os laudos periciais.
As defesas dos suspeitos não foram encontradas para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

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Prisão temporária
Maicol teve a prisão temporária decretada no sábado (8) e, no domingo (9), passou por audiência de custódia, quando permaneceu na cadeia. Divergências entre e depoimento dele e da esposa motivaram a prisão.
Conforme a Justiça, a prisão do suspeito foi mantida em razão dos “fortes indícios” de que ele tenha alguma ligação com a morte de Vitória.
Testemunhas relataram que viram o carro dele na área em que a vítima desapareceu, no último dia 26 de fevereiro. Ao ser ouvido pela polícia, o homem disse que estava em casa com a esposa, porém, a mulher negou. Ela disse que estava na residência da mãe e só falou com o marido por mensagens, sendo que só o reencontrou na manhã seguinte.
“Não há um único caminho investigativo que não aponte o envolvimento de Maicol com os fatos investigados”, escreveu juíza Juliana Junqueira ao decretar a prisão temporária do suspeito.
Relembre o caso
Vitória foi vista pela última vez no dia 26 de fevereiro. O pai da jovem sempre a buscava de carro no trabalho, mas naquela data o veículo estava em uma oficina e ela teve que voltar de ônibus. Logo que saiu do serviço, Vitória mandou uma mensagem por WhatsApp para uma amiga, quando disse que estava sendo perseguida por dois homens e que estava com medo.
A garota contou que, ao chegar no ponto de ônibus, um dos suspeitos entrou no mesmo coletivo que ela. Foi quando a amiga disse que poderia ser que ele também estivesse indo para casa ou, quem sabe, estivesse mesmo a perseguindo: “Espero que não”, respondeu a adolescente, que sumiu após embarcar no coletivo (assista abaixo).
Depois disso, Vitória não respondeu mais e também não voltou para casa. Testemunhas relataram à polícia que viram quando um carro, que levava quatro homens, seguiu a garota quando ela desceu do ônibus.
Uma operação de buscas foi montada na região, sendo que o corpo da adolescente foi achado na quarta-feira (5) em uma área de mata de Cajamar. Por conta do estado avançado de decomposição, os restos mortais passaram por exames de identificação no Instituto Médico Legal (IML). Porém, familiares da vítima logo a reconheceram por meio de tatuagens e um piercing no umbigo.
Segundo o delegado, a adolescente foi “muito machucada e a cabeça foi encontrada raspada”. Ela não vestia roupas e tinha apenas um sutiã enrolado na região do pescoço. O laudo necropsial apontou que ela morreu vítima de uma facada no tórax.


