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No Caribe, na Bolívia, no Brasil: autoridades tentam descobrir aonde está André do Rap

Informações da inteligência da PM dão conta de que o foragido da Justiça, integrante do PCC, foi visto recentemente vivendo uma vida luxuosa em uma ilha caribenha

Polícia Civil
André do Rap foi solto por ordem de ministro do STF, há quatro anos; está foragido Polícia Civil

O traficante internacional André do Rap, uma das lideranças do PCC (Primeiro Comando da Capital), e que está foragido há quatro anos, estaria vivendo uma vida de luxo em uma ilha caribenha, e visitado o Brasil por diversas vezes ao longo desse tempo. Essas são as mais novas informações que a inteligência da Polícia Militar obteve.

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Segundo informações do coronel Pedro Sousa Lopes, diretor do Centro de Inteligência da Polícia Militar, o traficante ficou um ano escondido em Portugal e migrou para vários países até se refugiar na América Central. Lá ficou, de acordo com o Setor de Inteligência da PM de São Paulo, até setembro deste ano.

Lopes esteve em Portugal na semana passada, ao lado do secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, para participar da conferência ‘Segurança Urbana 5.0′, realizada na cidade do Porto.

“A informação que tenho é a de que ele ficou pelo menos um ano em Portugal. Isso aconteceu há dois anos, mas ele tem migrado para vários países, e temos informações de que esteve, até o mês passado, na América Central”, disse Sousa Lopes ao jornal português ‘Público’, em sua edição desta quinta (31).

Teses

No entanto, dentro do sistema que investiga o paradeiro de André, há quem acredite que ele esteja na Bolívia, comandando o envio de cocaína para o Brasil, ou até mesmo no Rio de Janeiro ou em Santa Catarina, que têm rotas para o Porto de Santos, fundamental para os negócios da facção criminosa.

Condenado a 15 anos e seis meses de prisão por comandar o tráfico internacional da facção, André do Rap foi solto em 2020, por uma liminar do então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello.

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Oito horas após ser colocado em liberdade, o traficante teve o alvará de soltura cassado por Luiz Fux, então presidente da Corte. André do Rap, no entanto, nunca mais foi encontrado.

Desde então, autoridades do Ministério Público de São Paulo, das polícias Militar e Civil do estado e da Polícia Federal tentam descobrir o paradeiro do traficante.

Ainda não se sabe quais meios de transporte teriam sido usados pelo traficante em suas viagens para visitar familiares e amigos, nem como ele teria burlado a fiscalização das autoridades. As datas exatas em que teriam ocorrido os encontros também não foram informadas.

Tentando mapear a rede de fornecimento de droga na Bolívia e o possível paradeiro de André, a PM tenta se aproximar de oficiais bolivianos para a troca de informações de inteligência. A corporação procura homens de confiança no país vizinho que possam colaborar com as investigações.

A Bolívia é o ponto de partida das principais rotas do PCC para levar droga para o Brasil, seja pelo Paraguai ou diretamente, por meio da fronteira.

Os carregamentos de entorpecentes são transportados do Mato Grosso do Sul até o estado de São Paulo, onde são distribuídos para os mercados locais e encaminhados para o Porto de Santos. De lá, são exportados para os mercados internacionais.

Condenado em primeira instância, André do Rap foi preso preventivamente em 14 de setembro de 2019 em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, em uma operação da Polícia Civil de São Paulo. Ele foi localizado em uma mansão de luxo, onde havia dois helicópteros e uma lancha, avaliada em R$ 6 milhões.

Ao conceder a liminar que permitiu a soltura do traficante, em 10 de outubro de 2020, o ministro do STF Marco Aurélio Mello argumentou que a prisão preventiva de André do Rap não havia sido renovada.

Ao deixar a Penitenciária II de Presidente Venceslau, ele chegou a informar às autoridades que iria para uma casa no Guarujá, litoral sul de São Paulo. Segundo o MPSP, no entanto, ele foi direto para Maringá, no Paraná, onde teria embarcado em um avião privado com destino ao Paraguai.

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