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Ex-ministro Delfim Netto morre aos 96 anos

Ele estava internado no Hospital Albert Einstein e faleceu após complicações no quadro de saúde

Ele estava internado em SP
Professor, economista e ex-ministro Delfim Netto morreu aos 96 anos (Reprodução)

Morreu na madrugada desta segunda-feira (12) o professor e economista Antônio Delfim Netto, de 96 anos, que também foi ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento e era ex-deputado federal. Ele estava internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, desde a última segunda-feira (5).

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As causas da morte não foram reveladas, mas teve complicações no quadro de saúde e não resistiu. Ele deixa a esposa, Gervásia Diório, a filha Fabiana Delfim e o neto Rafael.

Biografia

Descendente de imigrantes italianos, Delfim Netto nasceu no bairro do Cambuci, em São Paulo. Ainda estudante trabalhou no Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo e, depois, atuou como auxiliar de escritório na Indústria Gessy do Brasil.

Em 1948, integrou a terceira turma de estudantes de Economia da Universidade de São Paulo (USP). Logo depois de formado, tornou-se professor assistente na mesma instituição.

A vida pública de Delfim começou em 1959, quando passou a integrar a equipe de planejamento do Governo do Estado de São Paulo, que na época era comandado por Carlos Alberto de Carvalho Pinto.

Depois disso se tornou Professor Emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEAUSP). Em 1963, tornou-se professor catedrático da USP, que é o cargo mais alto em uma carreira docente universitária.

Nos anos de Ditadura no Brasil, foi ministro da Fazenda dos governos de Costa e Silva (1967-1969) e Médici (1969-1973), e ministro da Agricultura do governo Figueiredo (1979-1984). Nessa gestão, também atuou como secretário do Planejamento e controlou o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central.

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Integrou ainda o Conselho Consultivo de Planejamento do governo Castelo Branco (1964-1967). Na década de 70, foi embaixador do Brasil na França por três anos, durante o governo Geisel (1974-1979).

Em 1986, elegeu-se deputado pelo PDS. E, no ano seguinte, participou da Assembleia Nacional Constituinte. Foi reeleito deputado federal em 1990 e 1994 pelo PPR.

Delfim Netto manteve uma relação próxima com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e foi acusado por procuradores da República de receber propina durante a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, depois de ter seu nome citado em delação premiada durante a Operação Lava Jato.

Como parte das investigações na Operação Buona Fortuna, ele teve R$ 4,4 milhões bloqueados pelo Ministério Público Federal, em 2018, para devolver parte da propina total de R$ 15 milhões. Ele sempre negou e dizia que os milhões recebidos durante a construção da usina foram em consultoria para a criação do consórcio.

Delfim teve mais de 10 livros publicados sobre problemas da economia brasileira e escrevia semanalmente sobre o assunto para jornais e revistas.

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