Michele Teixeira, mãe de Carlos Teixeira, adolescente que morreu uma semana depois de estudantes pularem em suas costas dentro de uma escola em Praia Grande, relatou ter precisado se mudar depois de receber diversas ameaças dos familiares dos agressores. Em entrevista ao G1, ela revelou que ainda segue em busca de respostas sobre a morte de seu filho, que tinha 13 anos na época das agressões.
ANÚNCIO
Carlos foi levado para atendimento médico na Santa Casa de Santos uma semana após dois meninos pularem em suas costas no dia 09 de abril, na Escola Estadual Júlio Pardo Couto. Uma semana depois de ser internado na unidade, o menino morreu após sofrer três paradas cardíacas.
Em um desabafo, publicado por Michele nas redes sociais, ela revela estar se sentindo “de mãos atadas” sobre o caso, visto que meses após a morte do filho ainda não teve acesso às imagens das câmeras de monitoramento da escola, e nem ao laudo oficial sobre a causa da morte.
Ameaças fizeram a família deixar a casa
Ao mesmo tempo em que luta por avanços na investigação do caso, Michele revelou que sua família é ameaçada por parentes dos meninos que pularam nas costas de Carlos. Segundo ela, familiares dos agressores chegaram a debochar do caso na internet.
Diante das ameaças, Michele, o marido e a filha precisaram abandonar a casa em que viviam e agora pretendem mudar de cidade. “Eu perdi minha liberdade, perdi minha paz. Minha filha tem crise de pânico. Meu marido não tem paz para trabalhar porque eu fico em pânico com medo de acontecer alguma coisa com ele. Porque ameaçam a gente”.
“É um sentimento de tristeza saber que as pessoas más têm mais valor no Brasil do que as pessoas de bem, porque eu nunca dei trabalho para ninguém, nunca dei trabalho para a Justiça e hoje estou passando por isso tudo. Estou com a minha vida destruída e sem chão, sem saber o que fazer”, desabafa.
Até o momento, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo não se manifestou sobreas declarações da família. Por sua vez, a escola revelou ter encaminhado as imagens das câmeras de segurança para a Polícia.