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Dono de oficina e funcionário são indiciados por morte de quatro jovens dentro de BMW, em SC

Polícia concluiu que houve ruptura de peça instalada no veículo, o que causou intoxicação nas vítimas

Polícia suspeita e intoxicação
Karla Aparecida dos Santos, Nicolas Kovaleski, Gustavo Pereira Silveira Elias e Tiago de Lima Ribeiro morreram dentro de BMW/320i, em SC (Reprodução/Redes sociais)

A Polícia Civil indiciou o dono de uma oficina mecânica de Aparecida de Goiânia, em Goiás, e um funcionário dele, pelas mortes de quatro jovens encontrados desacordados dentro de uma BMW/320i, em Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Segundo a investigação, houve ruptura em uma peça instalada no veículo de “modo precário” e isso gerou uma intoxicação por monóxido de carbono nas vítimas.

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Gustavo Pereira Silveira Elias, de 24 anos, Tiago de Lima Ribeiro, de 21, Karla Aparecida dos Santos, de 19, e Nicolas Kovaleski, de 16, foram encontrados desacordados dentro do carro na manhã do dia 1º de janeiro deste ano. Eles tinham passado o Réveillon na praia e seguiram até uma rodoviária, onde pretendiam esperar a melhora do fluxo de trânsito. Os jovens permaneceram dentro do veículo com o ar-condicionado ligado e morreram.

A investigação descobriu que o cano de escape que sai do motor estava desencaixado. A BMW tinha passado por uma modificação para aumentar o ronco na oficina de Aparecida de Goiânia, em julho do ano passado.

Conforme a polícia, a peça instalada no carro substituiu o catalisador do veículo e foi “produzida e montada de forma precária e divergente dos padrões de qualidade do fabricante”. Assim, o dono da oficina e o funcionário que fez a instalação da peça foram indiciados por quatro homicídios culposos, quando não há intenção de matar.

O advogado David Soares, que defende os indiciados, afirma que eles são inocentes e que a troca de escapamento foi feita por uma empresa terceirizada, já que a oficina é uma “loja especializada em estética automotiva”. Porém, ele não soube indicar quem é a empresa responsável pela instalação e nem mesmo onde a peça foi comprada.

Agora, a polícia enviou a conclusão do inquérito para o Ministério Público, que vai decidir se oferece ou não denúncia contra os indiciados.

Polícia suspeita que eles foram intoxicados
Jovens foram encontrados desacordados dentro de uma BMW/320i, em Balneário Camboriú, em Santa Catarina (Reprodução/Felipe Salles/NSC TV)

Relembre o caso

Um vídeo de câmeras de segurança mostrou o momento em que os quatro jovens, que foram encontrados desacordados dentro de uma BMW/320i e morreram em seguida, chegaram até a rodoviária de Balneário Camboriú, em Santa Catarina, na madrugada do dia 1º de janeiro deste ano.

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Nas imagens, um deles aparece caminhando com dificuldade fora do veículo, levantando os braços para cima, como se estivesse passando mal. Depois, uma mulher é retirada do carro por uma pessoa e se senta em um degrau próximo à entrada da rodoviária (assista abaixo). Logo depois, eles voltaram ao veículo e morreram.

Conforme o delegado Bruno Effori, responsável pelas investigações, os jovens ficaram cerca de quatro horas dentro do carro ligado com o ar-condicionado funcionando. A namorada de um deles, que tinha ficado fora do veículo, foi quem encontrou o grupo desacordado.

“O cano de escape sai do motor e corre por debaixo do veículo e sai na parte traseira. Essa conexão do cano está rompida, na verdade não é uma perfuração, mas um deslocamento. Então, ao invés de sair o monóxido de carbono lá atrás do veículo, grande parte ficava dentro do capô, solto. E o ar-condicionado jogava para dentro do veículo”, explicou o delegado.

De acordo com os peritos, os quatro morreram de intoxicação por monóxido de carbono, substância sem cheiro que causa asfixia. No corpo dos jovens, de acordo com a perícia, a saturação de monóxido de carbono era superior a 50%.

Os peritos também disseram que gás invadiu o interior do carro e matou os ocupantes devido a quatro modificações peitas no carro, como a troca do catalisador e escapamento sem passar por abafadores, que fez com que o monóxido entrasse no carro, que estava totalmente fechado e com ar-condicionado ligado. A lenta aspiração do gás fez com que os jovens começassem a passar mal e morressem.

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