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Ex-namorado é preso suspeito de matar enfermeira grávida no ES; ela tinha pedido medida protetiva

Corpo de Íris Rocha, de 30 anos, foi achado em estrada, encoberto com cal, com marcas de tiros

Motivação do crime ainda é um mistério
Enfermeira Íris Rocha, de 30 anos, que estava grávida de oito meses, foi achada morta a tiros no Espírito Santo (Reprodução/Instagram)

A Polícia Civil prendeu Cleiton Santana dos Santos, de 27 anos, suspeito pela morte da enfermeira Íris Rocha, de 30 anos, que foi encontrada sem vida às margens de uma estrada rural em Alfredo Chaves, no Espírito Santo. O corpo da mulher, que estava grávida de oito meses, apresentava duas marcas de tiros no tórax e estava encoberto com cal. Conforme a investigação, os dois mantiveram um relacionamento abusivo e, três meses antes de morrer, a vítima solicitou uma medida protetiva.

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Conforme a delegada Maria da Glória Pessotti, responsável pelas investigações, Íris denunciou o ex-namorado no último dia 5 de outubro do ano passado, quando estava grávida de 15 semanas. Ela relatou que os dois estavam juntos havia cinco meses e, naquela ocasião, o homem a agrediu e deu um golpe chamado “mata-leão”, fazendo com que ela desmaiasse.

A enfermeira relatou que, quando acordou, estava com muita tosse e com o nariz sangrando. Santos teria a ajudado a tomar banho e, depois, foi trabalhar. Quando ela relatou o caso a uma amiga, foi orientada a registrar o boletim de ocorrência. Na delegacia, ela solicitou a medida protetiva.

A investigadora disse, em entrevista ao site G1, que o homem tinha um ciúme excessivo de Íris. “Ele controlava toda a vida dela, de passar horas durante o dia no local de trabalho dela. O telefone dela ficava com ele. Ele que monitorava, que respondia as mensagens que ele recebia”, contou.

Na mesma época, Santos também registrou um boletim de ocorrência contra a enfermeira, negando que tenha a agredido. Ele disse que eles estavam juntos havia seis meses e que tinham rompido em função do “comportamento destemperado” de Íris. O homem afirmou que a viu pela última vez no dia 4 de outubro de 2023 e que a mulher o teria procurado dizendo que, caso ele reatasse o namoro, ela retiraria a queixa que fez na polícia contra ele.

Apesar da denúncia de Íris, o pedido de medida protetiva não chegou a ser emitido. Desde então, a mulher estaria sendo perseguida pelo homem, que não aceitava o fim do relacionamento.

Santos acabou preso suspeito pela morte da enfermeira na quinta-feira (18). O carro dele foi apreendido para uma perícia.

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Conforme a polícia, ele é formado em direito, mas atuava como segurança de supermercado e também como motorista de aplicativo. Ele também se apresentava como sendo “soldado”, mas a Polícia Militar do Espírito Santo destacou que ele não integra o quadro da corporação.

A defesa do homem não foi encontrada para comentar o assunto até a publicação desta reportagem.

Morte da enfermeira

Íris foi encontrada morta no último dia 11, mas o corpo dela só foi reconhecido por parentes no Serviço Médico Legal (SML) de Cachoeiro de Itapemirim na última segunda-feira (15). Ela esperava uma menina, que se chamaria Rebeca. A bebê também não resistiu e morreu.

A família da enfermeira relatou que não sabia que ela estava desaparecida, pois tinha mantido contato recente, e só teve conhecimento do caso quando foi chamada pela polícia para o reconhecimento. Depois disso, o corpo foi liberado para sepultamento, que ocorreu na terça-feira (16), na Serra.

“A polícia descobriu um cadáver jogado na mata de Alfredo Chaves e aí foi confrontar com todas as Íris, porque com o corpo só tinha um cartão com o nome Íris, mas podia ser qualquer Íris. E aí chegou até a mim. Ele foi falando das características e foi acontecendo as coincidências. E aí no final a gente percebeu que era a Íris, minha filha querida, amada”, lamentou a mãe da vítima, Márcia Rocha.

Luto

A enfermeira fazia mestrado na área de Ciências Fisiológicas da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que divulgou uma nota de pesar nas redes sociais. “Ela parte deixando-nos muitas lições de coragem e resistência, mas também um sorriso permanente a qualquer um que a encontrasse. Que a família e amigos tenham consolo e serenidade para atravessar esta tempestade.”

O Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) também lamentou a morte da vítima.

“É com um sentimento de consternação e tristeza que recebemos a notícia do falecimento da Íris. Esse caso deixa um vazio imensurável na Enfermagem do Espírito Santo. Expressamos nossas condolências aos familiares, amigos e colegas de trabalho, e nos solidarizamos nesse momento de dor e perda”, escreveu Wilton José Patrício, presidente do conselho.

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