Familiares e amigos se despediram nesta quinta-feira (6) da menina Larissa Maia Toldo, de 7 anos, que é uma das quatro vítimas fatais da chacina à creche de Blumenau, em Santa Catarina. O velório e sepultamento dela ocorreu no Cemitério São José, na região central de Blumenau, ao lado de outros dois colegas. Emocionada, uma tia da criança falou sobre o amor que tinha pela sobrinha.
“Ela veio para iluminar os sete anos mais felizes das nossas vidas”, disse Salete da Silva ao site “NSC Total”.
Conforme a tia, Larissa era filha única e, quando ela nasceu, ajudou nos primeiros cuidados depois que ela foi para casa. Desde então elas sempre mantinham um relacionamento próximo e o último encontro presencial ocorreu em janeiro deste ano, durante as férias escolares.
Ao lado do caixão da menina, estava uma foto dela tirada na abertura deste ano letivo. “Quando a escola mandou as fotos, a minha sobrinha logo mostrou aquela como a favorita”, lembrou a tia, que nunca imaginava que seria uma das últimas recordações dela na escola.
A chacina
O assassino, que tem 25 anos, invadiu a creche na manhã de quarta-feira (5). Depois de cometer a chacina, ele se entregou no Batalhão da Polícia Militar da cidade.
Conforme a Polícia Civil, o rapaz pulou o muro da unidade portando uma machadinha e se dirigiu ao pátio, onde um grupo de crianças estava reunido. Lá, ele as atacou e matou quatro delas e feriu outras cinco.
Quatro dos sobreviventes foram socorridos e levados ao Hospital Santo Antônio. Todos eles receberam alta na manhã desta quinta-feira (6).
“As 4 crianças receberam alta hospitalar e já estão em casa com seus familiares. Na manhã desta quinta-feira todas as crianças passaram por exames e avaliação médica. Nos exames, a equipe médica constatou que um dos pacientes apresenta uma lesão na mandíbula, que será tratada ambulatorialmente”, detalhou a unidade hospitalar, em nota.
Uma quinta criança que sofreu um ferimento no ombro foi levada ao Hospital Santa Isabel pelos pais. Depois de ser avaliada, ela recebeu alta ainda na tarde de quarta-feira.
Investigação
A Polícia Civil diz que tudo indica que o jovem agiu sozinho. Segundo a corporação, os telefones e redes sociais dele ainda são periciados, mas nenhuma ligação com outra pessoa ou grupo foi descoberta até agora.
“Tudo indica que é fato isolado, não tem relação com outras práticas ou coordenada por jogo, rede social ou ação com criminosos. É uma situação pontual, um caso isolado”, afirmou o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel.
Segundo o delegado, o rapaz estava em “surto paranoico”. “Tem indícios de ser psicopata e estava em surto paranoico. E como eu já afirmei, ele agiu sozinho, de forma isolada, e não há indicativo de que tenha sido desafio de jogo ou orquestração com outras pessoas”, afirmou o delegado ao jornal “Bom Dia Santa Catarina”, da NSC TV, afiliada da TV Globo.
O assassino deverá responder por quatro homicídios triplamente qualificados, sendo que os agravantes são motivo fútil, meio cruel, contra menor de 14 anos e recurso que dificultou a defesa da vítima. Além disso, ele será indiciado por cinco tentativas de homicídio, já que ele feriu outras cinco crianças no ataque.
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