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Mega da Virada: servidores dizem que foram proibidos por prefeito de falar sobre bolão premiado, em SP

Administrador de São José da Bela Vista negou que seja um dos ganhadores que ficaram sem o prêmio

Confusão sobre bolão premiado da Mega da Virada continua a agitar a cidade de São José da Bela Vista, em SP

A confusão que envolve o bolão premiado da Mega da Virada em São José da Bela Vista, no interior de São Paulo, só aumenta. Recentemente, alguns boatos passaram a apontar que o prefeito da cidade, Walter Cássio (Podemos), estaria entre os participantes que ficaram de fora da divisão do prêmio. Ele usou as redes sociais para desmentir a informação, porém, há sim servidores municipais entre os jogadores. Mas eles dizem que foram impedidos de falar do assunto pelo político.

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“O prefeito fez uma reunião e disse que quem falar em assunto de loteria, ele vai abrir processo administrativo”, disse um dos apostadores, que não quer ser identificado, em entrevista ao site UOL. “A gente prefere nem falar mais nada porque pode perder o emprego. WhatsApp, eu nem respondo mais”, disse outro jogador, que prefere manter o sigilo.

O bolão em questão foi um dos premiados pela Mega da Virada, que pagou um prêmio total de R$ 541,9 milhões, o maior da história da loteria, no último dia 31 de dezembro. No total, cinco apostas foram premiadas, sendo que elas são das cidades de Florestal (MG), Arroio do Sal (RS), Santos (SP) e São José da Bela Vista (SP). A quinta foi feita por meio dos canais eletrônicos da Caixa, o que impossibilita saber sua localização.

No último dia 6, as nove cotas do bolão premiado de São José da Bela Vista foram sacadas, sendo R$ 12 milhões cada uma. Porém, outros 35 jogadores dizem que pagaram para participar do jogo e foram enganados pelo organizador, que alega que fez dois jogos separados e apenas o que tinha os nove integrantes foi o ganhador.

Prefeito nega envolvimento

Nas redes sociais, o prefeito de São José da Bela Vista nega que seja um dos participantes do bolão contestado. Na página oficial de Walter Cássio no Instagram, foi postada a seguinte mensagem:

A prefeitura foi questionada sobre a questão de que servidores que teriam jogado foram impedidos de falar do assunto, mas a a administração municipal destacou que “não vai se pronunciar”.

“O excesso de pessoas buscando tirar uma história ou notícia disso está chegando a um ponto crítico e tem se baseado, desde o início, em especulações. O prefeito não se pronunciará mais sobre o caso e toda e qualquer fofoca e falácia que surjam desta mesma situação”, destacou, em nota.

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O bolão

Um dos participantes do bolão, que não quer ser identificado, disse em entrevista ao site G1 que foi procurado pelo organizador, no último dia 20 de dezembro, via WhatsApp. Na ocasião, foi lhe oferecida uma cota no valor de R$ 30 para concorrer a um bolão da Mega da Virada.

O homem diz que, em nenhum momento, o organizador explicou que seriam feitos dois jogos. Assim, os 44 participantes acreditavam que estavam concorrendo pelo mesmo jogo. No entanto, após o sorteio no dia 31 de dezembro, ele entrou em contato e foi informado que as apostas tinham sido divididas e que apenas nove jogadores integravam a que foi premiada.

O advogado Mario Alexandre Bassi, que representa dez dos 35 jogadores que se dizem lesados, informou que o organizador não disse que dividiria os jogos em dois e que todos eles confiaram na boa-fé dele em registrar a aposta em nome de todos.

“Ele fala vamos participar do bolão com a gente, você faz o pagamento de um valor e vai estar automaticamente participando. Dessa forma, individualmente, ele fazia a conexão com essas pessoas e ia arrecadando os valores para fazer o bolão”, afirmou.

Bassi destacou que entrou com uma ação judicial e já reuniu provas que comprovam a participação dos clientes no bolão. Assim, ele pediu que o dinheiro seja bloqueado até que a Justiça analise o caso.

O que diz o organizador?

O advogado Thiago Ganzotti, que defende o organizador dos jogos, disse que os nove ganhadores do bolão foram ameaçados e tiveram de sair e casa “por questões de segurança”. Além disso, o defensor nega que o homem que reuniu o dinheiro tenha enganado as demais pessoas.

“O fato de os membros do bolão em questão estarem ausentes do município se refere somente para salvaguardar a segurança dos mesmos, uma vez que ameaças foram feitas, pela pretensão de algumas pessoas de obterem valores, que seriam referentes ao bolão que existe desde 2015″, explicou o advogado em entrevista ao site UOL.

Segundo Ganzotti, o organizador do bolão reuniu dinheiro de 44 pessoas, porém, nove delas já integravam um bolão existente há sete anos. Assim, o jogo desse grupo foi feito separado dos demais 35 jogadores, mas no mesmo dia.

“O grupo do bolão organizado existe desde 2015, fato jamais escondido de nenhum morador. As pessoas nele presentes mensalmente jogam na Mega-Sena, e, ao final de 2022, não foi diferente; reunidos, fizeram as apostas, e cada qual ficou com a sua cota”, disse o advogado.

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