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Assédio no trabalho faz parte da rotina de 46% das mulheres, revela pesquisa

Levantamento da Nielsen trouxe conclusões importantes sobre a atuação feminina nos campos profissional e social

Uma pesquisa da Nielsen, empresa de medição de audiência, dados e análises, em parceria com Opinion Box, especializada em pesquisas de mercado online, trouxe à tona informações importante sobre a atuação feminina no mercado de trabalho. Concluiu-se, por exemplo que 46% das mulheres já sofreram ou presenciaram cenas de assédio nas companhias em que atuam.

Intitulado “ELAS: comportamentos e barreiras”, o estudo teve como objetivo estimular a inclusão por meio das técnicas de pesquisa da companhia, além de entender o perfil das brasileiras em diferentes frentes, trazendo pontos de atenção nas questões sociais e no mercado de trabalho.

“A atuação feminina no mercado de trabalho tem sido limitada por construções sociais. Ser mulher significa estar exposta a ser questionada sobre assuntos não relacionados à sua competência profissional (como com quem ficarão os filhos), desde o momento da entrevista até ao alcançar uma posição de liderança. Por isso, neste estudo tentamos entender a percepção do público quanto a essas importantes temáticas que sempre precisam ser revisitadas em prol da mudança”, diz Sabrina Balhes, líder de Measurement da Nielsen Brasil.

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Veja abaixo alguns dos destaques da pesquisa:

Assédio no trabalho

A pesquisa revelou que 48% das mulheres entrevistadas familiarizadas com o termo mansplaining (quando um homem explica algo a uma mulher desconsiderando que ela já sabe sobre o tema) já presenciaram essa prática no trabalho

Este número é ainda maior no caso de manterrupting (interrupção masculina na fala de uma mulher a ponto de impedi-la de emitir alguma opinião) - 54%.

Em relação ao assédio no trabalho, 46% já sofreram ou presenciaram cenas do tipo.

Gravidez como empecilho para contratação

A grande maioria das entrevistadas acredita que a possibilidade de engravidar pode ser usada como empecilho em entrevistas de emprego. De acordo com o levantamento, 88% das respondentes concordam que a gravidez pode ser considerada um motivo para não contratá-las. Além disso, 75% delas afirmam que isto pode ser uma razão para questionar sua capacidade de trabalho.

Mulheres são mais perguntadas sobre terem filhos

Além do fato da gravidez ter influência em uma possibilidade de contratação, três em cada quatro mulheres (75%) afirmam que foram perguntadas em entrevistas de emprego sobre ter filhos e com quem deixariam as crianças para trabalhar. Entre os homens, a taxa é de 69%.

O levantamento também mostra que 23% das entrevistadas acreditam que esse tipo de pergunta atrapalhou a entrevista, número que para os homens ficou em apenas 8%.

Tarefas de casa entre principais atividades diárias

As mulheres ainda estão muito mais envolvidas com atividades domésticas do que os homens. Enquanto 22% das entrevistadas responderam que cuidar da casa é sua principal atividade durante o dia, entre os homens este índice é de apenas 2%. Os afazeres em casa ficam atrás apenas do trabalho (50%) entre as mulheres.

Maior parte dos homens acredita na igualdade entre os gêneros

A pesquisa mostra que a maioria do público masculino entrevistado (68%) acredita que as mulheres são tão capazes quanto os homens em exercer as mesmas funções no trabalho. Em contraste, apenas 16% pensam o oposto, sendo principalmente na faixa etária acima de 55 anos.

Quando perguntados sobre como se sentem em relação a mulheres em cargos mais altos ou de liderança, 58% responderam que se sentem confortáveis contra 13% que declararam não se sentir à vontade.

O estudo foi realizado entre os dias 24 de fevereiro e 2 de março, com uso de questionário online para 1.000 pessoas de todas as regiões do País. Dentre os entrevistados, 69% eram mulheres, 24% homens e 7% optaram por não citar seu gênero.

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