Foco

Sem evolução, São Paulo deve ficar na fase emergencial

Taxa de distanciamento cresceu pouco e estado atingiu na terça o pico de 1.021 mortes. Diante do quadro, fase mais restritiva deve ser mantida – e ainda pode ser endurecida

Iniciada no último dia 15 e prevista para ser encerrada dia 30, a fase emergencial da quarentena deve ser prorrogada em todo o estado diante do quadro em que a taxa de distanciamento não sobe e os números da covid-19, crescem. Na terça (23), São Paulo bateu novo recorde de mortes em 24 horas, com 1.021 registros.

Segundo o governo, os números não revelam necessariamente que todos os óbitos ocorreram na terça, já que o indicador pode trazer dados de outros dias que estavam represados. A soma das 24 horas leva em conta as mortes notificadas no período.

QUER RECEBER A EDIÇÃO DIGITAL DO METRO JORNAL TODAS AS MANHÃS POR E-MAIL? É DE GRAÇA! BASTA SE INSCREVER AQUI.

Recomendados

Ainda assim, é o registro de um novo pico e que ultrapassa em muito a máxima anterior, registrada no dia 16 de março, com 679 mortes – que também podiam trazer dados represados.

Além do número crescente de óbitos, São Paulo tem verificado aumentos expressivos em todos os indicadores da pandemia.

Cenário de crise

• Taxa de ocupação de leitos de UTI no estado
1/03: 73,2%
22/03: 81,9%
+ 8 pontos percentuais

• Pessoas internadas
1/03: 15.740
22/03: 28.638
+ 81,9%

• Média móvel diária de casos
1/03: 9.460
22/03: 14.638
+ 55,3%

• Média móvel diária de mortes
1/03: 243
22/03: 483
+ 98,7%

Desde o início do mês, a taxa de ocupação das UTIs passou de 73,2% para 91,2%; o número de pacientes internados cresceu 81,9%; e a média móvel de novos casos por dia subiu 55,3%.

Enquanto isso, mesmo depois de completarmos uma semana na fase emergencial, as taxas de distanciamento não sobem.

A comparação com o mesmo dia na fase vermelha mostra que o crescimento não passou de um ponto percentual.

Nesta segunda-feira, o índice ficou em 43% – ainda longe da meta, que é ter um distanciamento social mínimo de 50% com a entrada na fase emergencial.

Para o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, neste cenário, a tendência é de que essa fase mais restritiva não termine em março e seja prorrogada.

“Muito possivelmente isso será feito, pois é a única forma que temos para garantir a proteção da vida. Se nós tivemos lá atrás uma fase vermelha que, apesar de restritiva, precisou ser incrementada, é dessa forma que temos de fazer”, afirmou à Rádio Bandeirantes.

Ainda segundo o secretário, restrições adicionais podem ser anunciadas, tal como pedem os prefeitos de diversas cidades paulistas, que estão endurecendo as regras por conta própria, como mostrou o Metro na terça-feira (23).

“Dentro da fase emergencial, algumas questões podem ser calibradas”, disse Gorinchteyn, sugerindo, por exemplo, uma limitação no número de entrada de pessoas nos supermercados – só um por família.

Tags

Últimas Notícias


Nós recomendamos