O senador Major Olimpio (PSL-SP), de 58 anos, morreu ontem em virtude de uma morte cerebral, informou a família do parlamentar em rede social. Ele estava internado em um hospital de rede particular na cidade de São Paulo desde o dia 2 de março após contrair covid-19.
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“Com muita dor no coração, comunicamos a morte cerebral do grande pai, irmão e amigo, senador Major Olimpio. Por lei, a família terá que aguardar 12 horas para confirmação do óbito e está verificando quais órgãos serão doados”, afirma o texto publicado ontem de tarde no Twitter oficial do político.
Entre o fim de fevereiro e o início de março, o Senado registrou um pico de novas infecções por covid-19. O contágio coincide com o período de reuniões entre senadores e prefeitos para discutir emendas no orçamento para as regiões. Outros quatro assessores do parlamentar estão internados após contrair a doença. Um deles está intubado.
Mesmo internado, o senador chegou a participar de uma sessão virtual do Senado. Na época, votou a favor do texto-base da PEC que liberava até R$ 44 bilhões para uma segunda rodada do auxílio emergencial. No dia 4 de março usou as redes sociais para comunicar que estava “evoluindo satisfatoriamente”.
“Gostaria de agradecer todos vocês pelas mensagens de carinho e orações pela minha recuperação. Segundo o médico, meu quadro está evoluindo bem apesar da gravidade e tenho fé que em breve estou de volta ao combate! Estou internado em razão da covid-19, mas tenho fé que em breve estarei recuperado”, afirmou. Olímpio foi transferido para UTI (Unidade de Terapia Intensiva) dois dias depois. O senador eleito em 2018, com 9 milhões de votos, deixa a esposa e dois filhos.
Trajetória política
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Nascido em Presidente Venceslau, no interior de SP, Olimpio iniciou a carreira política em 2014, como deputado federal pelo partido Solidariedade. Como oposição da esquerda, votou a favor pelo impeachment da presidente Dilma Roussef em 2016. Ex-policial militar, apoiou o presidente Bolsonaro na campanha presidencial em 2018, enquanto concorria ao Senado. Vínculo que se rompeu durante o mandato dos dois.
Olimpio não é o primeiro senador a morrer após contrair a doença
Com o óbito do senador Major Olimpio (PSL-SP) após ser contaminado com o coronavírus, o Senado chega ao triste número de três integrantes mortos vítimas da doença.
Em 21 de outubro de 2020, Arolde de Oliveira (PSD-RJ) perdeu a vida aos 83 anos. O político ficou 15 dias internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, mas não resistiu. Engenheiro e economista, Arolde de Oliveira foi deputado federal por nove mandatos antes de se tornar senador.
No dia 8 de fevereiro deste ano, José Maranhão (MDB-PB), aos 87 anos, morreu no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, após quase três meses lutando contra as complicações causadas pela covid-19.
Com 70 anos de vida política, ele era o senador mais longevo da atual legislatura. Em 1969, foi perseguido pela ditadura militar e perdeu os direitos políticos – reestabelecidos em 1982. Antes de assumir uma cadeira no Senado, foi deputado estadual e federal. José Maranhão também governou o estado da Paraíba por três vezes.
Goiás perde seu segundo ex-governador
O ex-governador de Goiás Helenês Cândido (MDB) morreu de covid-19 na noite de quarta-feira depois de esperar três dias por um leito de UTI. Ele tinha 86 anos e veio a óbito em uma ambulância quando estava sendo transferido da cidade de Santa Helena de Goiás para Caldas Novas, no sul do estado, segundo informações da Assembleia Legislativa estadual.
Cândido é o segundo ex-governador goiano a perder a vida para a covid-19. Maguito Vilela (MDB), prefeito de Goiânia e que também governou Goiás, faleceu em janeiro deste ano, aos 71 anos.
Helenês Cândido estava internado em uma unidade de tratamento semi-intensivo, no hospital de campanha de Santa Helena, mas, em virtude do agravamento da doença, precisou ser transferido para UTI com suporte de hemodiálise. O ex-governador era portador de diabetes e tinha hipertensão.
O político foi prefeito de Morrinhos (GO), deputado estadual por três mandatos e governador de Goiás entre 24 de novembro de 1998 e 1º de janeiro de 1999, em mandato tampão. O presidente da Assembleia Legislativa goiana, deputado Lissauer Vieira (PSB), decretou luto oficial de três dias.