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Plano SP: internação e risco de colapso rebaixam capital paulista

Com hospitalizações em UTIs subindo (em média, 1,6% ao dia) e com ameaça de colapso na saúde em três semanas, região metropolitana retorna a partir de hoje para a fase 2-laranja, com mais restrições

Roberto Parizotti/FotosPublicas

Os números que mostram o avanço da pandemia nos últimos dias também podem ser expressos em cores. Diante do rápido e perigoso aumento das internações pela covid-19, a capital e a Grande São Paulo vão sair a partir de hoje da fase 3-amarela da quarentena e regredir para a fase 2-laranja, mais restritiva.

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Do ponto de vista prático, o rebaixamento reduz o tempo de funcionamento do comércio e dos restaurantes, que agora só podem abrir por oito horas e devem fechar até as 20h, e obriga o fechamento dos bares, que ficam impedidos de receber clientes.

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Mais três regiões também desceram da fase amarela para a fase laranja (Campinas, Registro e Sorocaba) e outros duas (Marília e Ribeirão Preto) caíram da laranja para a vermelha, a mais dura, que libera somente os serviços essenciais.

Mas, para além das cores, é mesmo na justificativa para as mudanças que está o principal alerta: o novo coronavírus está avançando rapidamente por São Paulo e há risco de o sistema de saúde entrar em colapso em breve.

O que mais preocupa neste momento é o aumento das internações em UTIs pela covid-19. Neste fim de semana, eram mais de 7,1 mil pacientes hospitalizados em estado grave no estado: um recorde. O maior número até então havia sido registrado em julho do ano passado, no auge da primeira onda da pandemia, com 6.250.

Desde o último dia 11 de fevereiro, as internações em todo o estado têm crescido, em média, 1,6% ao dia. Separadamente, a Grande São Paulo também apresenta o mesmo índice de alta.

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“Isso é algo que faz com que nós tenhamos um risco de esgotamento dos leitos de UTI no estado em 20 dias se essas restrições não fossem implementadas. Na Grande São Paulo, o colapso viria em 19 dias”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn.

Além da reclassificação da quarentena, o estado deu início na última sexta-feira ao chamado toque de restrição, para restringir a circulação das pessoas depois das 23h e intensificar a fiscalização para impedir as aglomerações. Se necessário, com o uso da força policial.

“Estamos fazendo o melhor, mas tudo tem limite: recursos financeiros, recursos humanos, espaços em UTI. Nós temos o risco de colapsar. Nós precisamos do apoio. A população, mais do que nunca, tem que acolher nosso chamado”, completou Gorinchteyn.

Olho nas regras: fase 2-Laranja

  1. O funcionamento é liberado para todos os setores não essenciais, com restrições
  2. Os estabelecimentos podem funcionar por até 8 horas por dia e devem encerrar o atendimento presencial às 20h
  3. A capacidade de público fica limitada a 40% da ocupação
  4. Bares ficam proibidos de funcionar presencialmente
  5. Na fase 3-amarela, que a capital estava até ontem, os estabelecimentos podiam funcionar por até 10 horas por dia, com permissão para operar até 22h
  6. Os bares também podiam abrir e receber clientes

 

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