Assim que a primeira pessoa foi vacinada contra a covid-19 no Brasil, no dia 17 de janeiro, a esperança do início da vacinação logo deu lugar a uma perspectiva nada animadora: a quantidade de doses, 6 milhões, ainda era muito baixa para um país de tamanho continental, com 211 milhões de habitantes. E o momento de escassez inevitavelmente chegou, com capitais suspendendo o calendário de imunização.
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A Prefeitura de Salvador (BA) anunciou que a campanha foi paralisada para reformulação porque as doses enviadas pelo governo federal estão acabando. O mesmo aconteceu no município de Juazeiro do Norte, no Ceará.
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Rio de Janeiro, a cidade com mais mortes causadas pelo novo coronavírus no Brasil, também vê o estoque de vacinas quase no fim. Ontem, a prefeitura informou que as doses disponíveis só dariam para continuar a imunização da população até amanhã. Atualmente, a capital está vacinando idosos com 85 anos ou mais.
“A Secretaria Municipal de Saúde conta com a chegada de novas doses a partir da próxima semana”, informou a Prefeitura do Rio de Janeiro, em nota.
O Brasil conta com 11,8 milhões de unidades aplicadas ou distribuídas das vacinas CoronaVac e Oxford/AstraZeneca. Até ontem, 4,5 milhões de brasileiros receberam ao menos uma dose de um dos imunizantes. No entanto, as secretarias municipais precisam guardar vacinas para a aplicação da segunda dose, principalmente nos profissionais de saúde (veja mais detalhes do cenário abaixo).
O Instituto Butantan já recebeu insumos da China para produção de 8,7 milhões de doses da CoronaVac. A previsão é que São Paulo entregue nova remessa ao Ministério da Saúde no final do mês para que a pasta divida entre os outros estados.
Com a palavra, Pazuello
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou em audiência no Senado ontem que o Brasil vai vacinar toda a população em 2021, apesar da escassez de imunizantes no momento.
“Vamos vacinar o país em 2021. 50% até junho, 50% até dezembro da população ‘vacinável’ (menores de 18 anos, por exemplo, não recebem). Esse é nosso desafio. É o que estamos buscando. Vamos fazer”, disse o general.
Os senadores já possuem assinaturas suficientes para abrir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre a atuação do governo federal na pandemia de covid-19.