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Consumidor brasileiro já passa o dobro de tempo em shopping

Volta. Desde a reabertura após a pandemia, minutos para as compras passaram de 24 para 40. Mas, para lojas menores, movimento ainda não justifica abertura de 12 horas

O consumidor retoma aos poucos a sua rotina de passeios aos shoppings após o grande impacto da pandemia do novo coronavírus.

De acordo com a Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), logo após a flexibilização, em junho, o tempo no centro de compras era de 24 minutos. Atualmente, com a queda da curva de contaminação do vírus, as pessoas já se arriscam mais e passam em média 40 minutos nos shoppings. Apesar do avanço, o passeio ainda está distante dos 70 minutos antes da pandemia.

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Na semana passada, a Ablos  (Associação Brasileira dos Lojistas Satélites), representante das lojas menores dos shoppings, enviou comunicado oficial à Abrace (Associação Brasileira de Shopping Centers) solicitando a redução do horário de funcionamento de 12 para 10 horas. A associação afirma que o movimento ainda é baixo e as horas estendidas saem caras no bolso dos pequenos. “A manutenção desse horário [10 horas] possibilita que as lojas funcionem com um turno de funcionários, reduzindo seus custos, para que possam atravessar essa fase de vendas reduzidas. Cabe ressaltar que as vendas no horário das 10h às 11h, na média, representam 3% ou 4% do faturamento e o custo para se manter uma equipe para esse período representa o dobro do valor arrecadado”, diz a carta assinada pelo presidente da Ablos, Tito Alcantara Bessa Júnior.

O horário sugerido pela associação é de segunda a sábado, das 11h às 21h, e domingo, da 14h às 20h. A proposta é manter esse expediente até fevereiro, quando nova reavaliação pode ser feita.

Em nota ao Metro Jornal, a Abrace disse acreditar que o funcionamento “de acordo com o estipulado pela legislação” torna mais sustentável a recuperação econômica dos shoppings e colabora para a manutenção dos empregos.

O presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, afirma que o cenário tem melhorado a cada dia, mas reconhece que as lojas menores ainda enfrentam dificuldades com a crise. “O fluxo de pessoas e de vendas vem crescendo a cada semana. Pequenos ainda estão sofrendo. Os grandes, nas lojas âncoras, superaram a expectativa. E os médios estão mais otimistas, atingindo 75% do movimento de antes da pandemia.”

Para Black Friday e Natal, principais datas para o comércio, a expectativa é boa. “Esse ano vamos ter uma festa diferente para o Natal. As famílias vão fazer questão de se reunir e se presentear”, diz Sahyoun.

‘Volta será com a vacina, não com mais horas’Tito Bessa Junior, presidente da Ablos,luta por redução no funcionamento

Associação Brasileira dos Lojistas Satélites representa 105,5 mil lojistas, 95% deles microempreendedores em shoppings espalhados pelo Brasil.

Qual a situação hoje das lojas menores nos shopping?

A gente tem duas situações distintas. Tem o Centro-Oeste e Nordeste com recuperação acima do esperado, aquecidos com o auxílio emergencial. Sul e Sudeste, onde estão 70% das lojas, abaixo, tem dificuldades. O problema não são os shoppings, mas o sentimento das pessoas de não frequentar como antes por conta do vírus ou para se preservar economicamente durante a crise.

A redução do funcionamento ajudaria?

Sim. Historicamente, essas duas horas a mais de funcionamento demandam muito gasto. As pessoas não vão mudar de opinião e voltar aos shoppings porque agora tem funcionamento ampliado. A Abrace não quer permitir a mudança, diz que o problema é pontual. Dizem que acreditam que o horário vai contribuir para recuperação da economia. Como? Só se a vacina sair as pessoas vão voltar.

A tradicional extensão de funcionamento para as compras do Natal não deve ocorrer esse ano?

Não sei se será possível. Não haverá boa disposição. As pessoas ainda têm medo de frequentar por ser lugar fechado, mesmo operando com segurança e todas as precauções necessárias.
Vanessa Selicani, Metro Jornal

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