Nesses meses de pandemia, quem está trabalhando em casa acaba consumindo mais nos restaurantes de bairro. O que por um lado é bom, mas prejudica a outra ponta, nas áreas comerciais.
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Em bairros como Itaim Bibi e Vila Olímpia, por exemplo, houve uma queda média de 89% no consumo nos bares e restaurantes entre abril e junho.
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Dono de três estabelecimentos na região, Junior Corrêa conta que com a pandemia apenas uma unidade está funcionando. A redução do quadro de funcionários foi inevitável – hoje, apenas 5% dos profissionais estão trabalhando. Segundo ele, nem o atendimento presencial nem as demandas por delivery estão sendo suficientes para a conta fechar no fim do mês.
O caso do Junior é o que representa a maioria. De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, mais da metade dos estabelecimentos não está faturando nem 10% do período antes da crise.
Por outro lado, as unidades de bairros residenciais da capital paulista sentiram a movimentação aumentar. Entre abril e junho, houve um crescimento de 34% no consumo nesses locais, de acordo com levantamento de uma empresa de vale-refeição.
Antes da pandemia, o restaurante do Manolo Alvaréz, no Jabaquara, tinha uma média de mil e 700 pedidos por delivery. Desde abril esse número aumentou 23%, passando para dois mil e 100 chamadas por mês. Mesmo com as taxas descontadas por aplicativos, Manolo garante que o faturamento é o mesmo de antes da crise.
A digitalização do setor foi o que garantiu a muitos estabelecimentos continuar funcionando, de acordo com Paulo Solmuci, presidente da Abrasel. A adesão ao vale-refeição pelos restaurantes e principalmente pelos aplicativos de entrega, por exemplo, fez a diferença. De acordo com a Abrasel, 80% das empresas estão funcionando com entregas delivery.