O dólar apresentou forte inversão de direção na etapa vespertina dos negócios, o que trouxe a divisa para R$ 5,5147 na mínima, em meio a um fluxo vendedor que abriu espaço para movimento de realização de lucros da moeda – que, ainda marcada pela alta volatilidade, no pregão desta terça-feira, 25, mais cedo esticou até a marca dos R$ 5,6149 na máxima do dia. Ao final da sessão, o dólar à vista fechou com desvalorização de 1,16%, cotado a R$ 5,5272, o menor valor desde o último dia 18 (R$ 5,4666).
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«Foi um movimento ligado à moeda, e, não, a notícias, uma vez que não houve mudanças na direção da Bolsa», ressaltou Daniel Miraglia, especialista em mercados de capital global da Omninvest. Segundo ele, os dados de transações correntes e Investimento Diretos no País (IDP) vieram bem, o que, aliado à queda do dólar principalmente frente a moedas fortes, como o euro, como evidencia o índice DXY, cesta de moedas fortes ante o dólar, ajudou a criar condições para o movimento de venda. Às 17h23, o índice DXY oscilava em baixa de 0,30%, a 93.016 pontos
O Banco Central informou hoje que o resultado das transações correntes ficou novamente positivo em julho deste ano, em US$ 1,628 bilhão. A balança comercial registrou saldo positivo de US$ 7,383 bilhões em julho, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$ 1,819 bilhão. Para agosto, a estimativa do BC para a conta corrente é de superávit de US$ 2,2 bilhões.
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Outros dados do Banco Central também divulgados hoje mostraram que em fevereiro, março e abril saíram do País pela via financeira um total de US$ 31,001 bilhões líquidos. O movimento refletiu a busca de investidores estrangeiros por ativos mais seguros no exterior, em meio à pandemia do novo coronavírus. Apenas em março foram US$ 14,862 bilhões. Em maio, esta «primeira onda» diminuiu, com a saída de apenas US$ 882 milhões pela via financeira. Ao avaliar o movimento, Rocha afirmou, porém, que a saída menor naquele mês não se concretizou em uma reversão de tendência nos meses seguintes. Isso porque houve saídas pela via financeira de US$ 4,742 bilhões em junho, US$ 5,020 bilhões em julho e de US$ 5,093 bilhões em agosto até o dia 20.
Marcos De Callis, estrategista da Hieron Patrimônio Familiar e Investimentos, lembra que os riscos inerentes à questão fiscal ainda seguem no radar e seguram a dólar nesse nível de R$ 5,50. Segundo ele, há certo pessimismo no mercado em relação à capacidade do Brasil manter o teto de gastos intacto por causa da demanda política e o posicionamento pouco incisivo do presidente Jair Bolsonaro em defesa do controle fiscal.