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Casamentos em cartórios de São Paulo caem pela metade com pandemia

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O número de casamentos nos cartórios de São Paulo caiu 49% em relação ao mesmo período de 2019. Entre 20 de março e 30 de julho do ano passado, foram registrados 92.048 matrimônios. Em 2020, 47.391 cerimônias presenciais aconteceram em todo o estado durante a epidemia, segundo o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo).

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Muitos casais acabaram remarcando apenas a cerimônia religiosa e a festa, como por exemplo o Gabriel e a Natália, que estão juntos há quatro anos. Como o apartamento fica pronto em outubro, eles vão aproveitar para casar no civil e depois fazem a mudança para a nova casa.

«A gente decidiu casar numa sexta-feira lá no civil e depois vai reunir só os familiares próximos, amigos e padrinhos. Se estiver liberado, a gente pretende ir a um restaurante almoçar. Inclusive, no cartório, está liberada só a entrada de dois acompanhantes, que são justamente as duas testemunhas que assinam», disse Natália.

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Eles tiveram que pagar um reajuste ao buffet pelo adiamento, mas conseguiram manter os preços dos outros serviços. A lua de mel, que seria no exterior, foi transferida para o Rio Grande do Norte em fevereiro de 2021, depois do casório.

Foi uma forma do Gabriel e da Natália economizarem. Ambos têm 23 anos e inclusive abriram um negócio durante a pandemia para pagar alguns gastos do casamento. Ela faz os doces e ele entrega, de bicicleta.

Eventos adiados

Segundo a Abrafesta (Associação Brasileira de Profissionais, Serviços para Casamento e Eventos), 93% dos eventos sociais e corporativos foram adiados e 7% cancelados desde abril. A Geovana e o Wanderson contribuíram duas vezes com esse dado. Eles casariam em 4 de abril, cancelaram para setembro e no fim das contas, acharam melhor deixar para março do ano que vem.

«Quando a gente teve que desmarcar pela primeira vez foi bem triste. Todo aquele sonho de realizar o casamento e faltava só uma semana. Aí eu entrei em contato com todos os fornecedores e adiei pra setembro. Quando foi no fim de junho, achei melhor adiar de novo. Eu ainda não entrei em contato com a família para falar do segundo adiamento porque eu acho que ainda tem tempo», contou Geovana.

Ela disse que quase perdeu o prazo para o procedimento no cartório, mas conseguiu casar no dia 20 de junho, só com as testemunhas, sem festa. Pelo menos, não vai pagar qualquer valor a mais pelas remarcações.

Indústria do casamento

O setor foi fortemente impactado pela pandemia, já que envolve buffets, músicos, decoradores, fotógrafos e muito mais. Uma das integrantes dessa cadeira produtiva é a assessora e cerimonialista Railda Guimarães.

Ela coordena todas frentes e empresas participantes de uma cerimônia. De acordo com a profissional, estabelecimentos grandes e pequenos fecharam, assim como espaços para eventos, porém, o trabalho dela acabou sendo impactado positivamente.

«Com relação ao que estava antes, eu acredito que as minhas vendas subiram em torno de uns 10%. Não foi muito, mas eu considero muito, porque para algumas pessoas, caiu totalmente. Elas não tiveram mais venda e as minhas, ao invés de cair, aumentaram», disse Railda.

Raílda trocou aqueles atendimentos presenciais demorados por chamadas de vídeo. Além disso, a cerimonialista aproveitou para fazer cursos à distância e, claro, enxugou o orçamento, tendo que se adaptar para poder sobreviver.

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