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Prefeitura de São Paulo ‘segura’ reabertura de teatros, cinemas e museus

Apesar da autorização do governo do estado, a Prefeitura de São Paulo decidiu que ainda não é hora de o respeitável público voltar a frequentar os centros culturais da capital – como teatros, cinemas e museus –, que pela última previsão deveriam reabrir a partir desta segunda-feira (27). Lá no começo, a retomada do setor estava planejada só para a última fase da quarentena, a 5-azul. O estado, porém, reviu os critérios e liberou o funcionamento nas cidades que estiverem há pelo menos quatro semanas na fase 3-amarela, caso da capital. Segundo o prefeito Bruno Covas (PSDB), os protocolos sanitários para o retorno já estão prontos, mas à pedido da vigilância sanitária os estabelecimentos culturais só reabrirão as portas para o público quando a cidade entrar na fase 4-verde. Pelo Plano São Paulo, que prevê a reativação gradual da economia, as cidades avançam ou regridem de fase em função de indicadores que medem a oferta da rede hospitalar e o controle do novo coronavírus. A capital tem duas taxas já dentro da fase 4-verde e três ainda na fase 3-amarela, que definem o status atual. Não há prazo para a mudança. Suspense Enquanto espera mais uma vez pela reabertura, o mundo dos espetáculos vai acumulando perdas. Nas contas da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, o setor deixará de arrecadar R$ 34,5 bilhões neste ano no estado. Até por conta disso, nem todos estavam preparados para a volta imediata. A rede de cinemas Cinemark disse não ter data para o retorno e que não comentaria o adiamento. Mesmo antes da mudança, o Petra Belas Artes, tradicional cinema de rua do centro, já previa reabrir suas salas só em agosto. Secretário de Cultura e Economia Criativa, Sérgio Sá Leitão também havia estimado em entrevista que os espaços culturais do estado na capital, como os museus, só retomariam as atividades no mês que vem, e que nem todos reabriram nesse primeiro momento. Vice-presidente da APTI (Associação dos Produtores Teatrais Independente), o ator, produtor e diretor Odilon Wagner disse ao Metro Jornal que não há condições de reabrir os teatros nesse momento por conta do número de mortes provocadas pela pandemia, “é uma questão humanista”. Há também entraves de ordem prática. “Mesmo quando disserem que está liberado, vai demorar um tempo para que as produções possam se organizar e entrar em cartaz novamente. Uma produção não se sustenta só com 40% da casa aberta [limitação imposta pela quarentena]. As produções novas não se iniciarão, em hipótese nenhuma, e as montagens já feitas precisam de fluxo de caixa para funcionar. Pouquíssimas têm isso.” “Por mais duro que seja, e nosso setor está sofrendo, não tem a menor condição de um teatro abrir nesse momento. Espetáculos ao ar livre? Podemos pensar que sim, mas em ambientes fechados seria inconsequente.” ODILON WAGNER, ATOR, PRODUTOR E DIRETOR   1 milhão de trabalhadores temporários ou informais associados ao setor estão sem renda ou com ganhos reduzidos, também segundo a pasta estadual R$ 34,5 bi é o prejuízo financeiro do setor da cultura no estado por conta da pandemia, de acordo com a Secretaria de Cultura e Economia Criativa de São Paulo

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