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Brasil tira site com dados de covid-19 do ar e fala em ‘recontar mortes’

Após três dias de atraso na divulgação do balanço de novos casos e mortes de covid-19 no Brasil, o governo federal tirou do ar o portal oficial com dados atualizados. O site, que agora mostra uma mensagem de “Em manutenção”, permitia acompanhar a evolução da doença com diversas tabelas e gráficos detalhados.

A retirada dos dados infringe o artigo 6º, parágrafo 2º, da lei 13.979/2020: “O Ministério da Saúde manterá dados públicos e atualizados sobre os casos confirmados, suspeitos e em investigação, relativos à situação de emergência pública sanitária […].”

O movimento faz parte de uma série de ações da gestão de Jair Bolsonaro na saúde que complicaram o acesso às informações do impacto da pandemia no país. Desde quarta-feira (3), o Ministério da Saúde mudou o horário de divulgação do boletim diário, que chegava à imprensa entre 19h e 20h, passando para próximo das 22h.

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Inicialmente, a pasta alegou problemas técnicos no fechamento do balanço, agora afirma que está buscando “ajustar a divulgação dos dados”, alegando que alguns casos “há necessidade de checagem” dos números enviados pelas secretarias de Saúde estaduais.

Ao ser questionado por jornalistas na noite de sexta-feira (5), o presidente foi irônico: “acabou matéria no ‘Jornal Nacional’ (da TV Globo)”. No Twitter, neste sábado (6), reafirmou a versão do ministério e disse que a mudança de horário visa evitar «subnotificação e inconsistências».

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Recontagem de mortes

Ao jornal “O Globo”, o futuro secretário da Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégios do Ministério da Saúde, Carlos Wizard, afirmou que a pasta vai recontar o número de mortos no Brasil por covid-19.

Até sexta, o país tinha 35.026 pessoas mortas com confirmação de diagnóstico – o número real pode ser maior devido à subnotificação. Para Wizard, que já despacha na pasta, o dado seria “fantasioso ou manipulado”.

“Tinha muita gente morrendo por outras causas e os gestores públicos, puramente por interesse de ter um orçamento maior nos seus municípios, nos seus estados, colocavam todo mundo como covid. Estamos revendo esses óbitos”, afirmou à coluna de Bela Megale do jornal “O Globo”.

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