O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que Evo Morales «errou» ao tentar buscar um quarto mandato na Bolívia, mas acrescentou que o líder socialista foi vítima de um «golpe de Estado».
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As declarações foram dadas em entrevista ao jornal britânico The Guardian, em meio à crise que levou à renúncia de Evo no início do mês. «Meu amigo Evo cometeu um erro quando buscou um quarto mandato como presidente. Mas o que fizeram com ele foi um crime. Foi um golpe de Estado, e isso é terrível para a América Latina», afirmou Lula.
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O ex-presidente da Bolívia renunciou após a Organização dos Estados Americanos (OEA) ter detectado fraudes nas eleições de 20 de outubro, quando ele tentava seu quarto mandato seguido, após uma série de manobras para reverter o limite de dois períodos estabelecido pela Constituição.
Evo ainda tentou convocar um novo pleito, mas não resistiu às pressões das Forças Armadas e da Polícia. A então segunda vice-presidente do Senado, Jeanine Áñez, se aproveitou do vácuo de poder na linha sucessória e se autoproclamou chefe de Estado interina.
O ministro do Governo da Bolívia, Arturo Murillo, ainda apresentou nesta sexta (22) uma denúncia contra Evo por «rebelião e terrorismo». A gestão Áñez divulgara um vídeo no qual uma voz atribuída ao ex-presidente ordena o bloqueio de estradas para prejudicar o fornecimento de comida à população.
A autoria do áudio não foi confirmada de forma independente.
Prisões – Em meio às negociações para a convocação de novas eleições, a polícia prendeu nesta quinta-feira (21) Gerardo García, vice-presidente do Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Evo.
Ele foi detido enquanto viajava em um carro no centro de La Paz e levava computadores e equipamentos biométricos. Em breve declaração à imprensa, García explicou que carregava os itens para a sede do MAS em La Paz.