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Torcedor da Chapecoense é o que mais gasta com seu time, diz estudo

Os clubes brasileiros têm «enorme potencial» para alavancar as receitas com seus torcedores. É o que aponta o estudo da Sports Value, que criou um índice de gasto médio por cada fanático com seu respectivo time em 2018. A Chapecoense é quem teve a média maior, com mais de R$ 29 por torcedor. Entre os clubes que apresentam maior torcida, o Palmeiras é o que conseguiu o melhor índice, com mais de R$ 20.

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O estudo analisou as receitas diretamente ligadas ao torcedor: bilheteria, plano de sócios e licenciamento de produtos. São chamadas de receitas «business to consumer» (B2C) e representam 21% do total gerado pelos clubes. Para Amir Somoggi, sócio diretor da Sports Value, os times precisam «trabalhar com o torcedor e gerir melhor sua marca».

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«O estudo mostra um destaque para Chapecoense, Athletico-PR e Coritiba, times que estão conseguindo receitas com torcedores. Também mostra que o Flamengo poderia faturar R$ 500 milhões com torcedores. Se esses clubes maiores trabalhassem melhor suas marcas, obviamente o faturamento iria crescer muito», afirmou Somoggi.

«O Palmeiras está no meio do caminho porque tem o Allianz Parque e vem conseguindo receitas com bilheterias e sócios. Esse fator faz com que o faturamento seja maior com os torcedores», acrescentou.

Outro número que «assustou» Somoggi foi que as receitas dos clubes brasileiros com torcedores representam apenas 1,6% do consumo de entretenimento no País. Os gastos dos brasileiros com entretenimento em 2018 foram de R$ 67,7 bilhões, sendo R$ 1,1 bilhão de torcedores com seus clubes. «É um número que assusta, mas é consequência. O Brasil era o país do futebol, mas a má gestão da CBF e dos clubes fizeram o torcedor se afastar muito», apontou.

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Mais um motivo que explica essa pequena porcentagem é a elevação do interesse por clubes europeus. De acordo com dados do Ibope Repucom de 2017, 72% dos jovens brasileiros torcem para um time europeu. Essa estatística vem subindo ano a ano – em 2015, por exemplo, eram 69%; em 2013, 64%.

«É o que chamamos de ‘geração Play Station’ (por causa do vídeo game). A garotada cresceu jogando e naturalmente acaba tendo predileção pelos times europeus, que são muito potentes do ponto de vista de jogabilidade. Também teve a massificação de jogos de times europeus na televisão brasileira, e a qualidade do espetáculo de lá é muito superior», disse.

Ainda segundo o estudo, os clubes brasileiro movimentaram R$ 5,7 bilhões em receitas em 2018. Deste valor, 72% foram provenientes do «business to business» (B2B), que são direitos de televisão, transferências de jogadores e patrocínios. Há ainda 7% de outras receitas, além dos 21% gerados com torcedores. «Aqui no Brasil ainda estamos centrados nas receitas B2B. Temos que colocar o torcedor mais no centro, pensando nos interesses dele, tanto esportivo quanto econômico. É um trabalho interno, que o clube precisa gerir melhor sua marca, e externo, desenvolvendo melhor esse lado do torcedor», analisou Somoggi.

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